- A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propôs sanções a Israel e ao Hamas em resposta à violência crescente na região.
- As sanções incluem tarifas adicionais sobre produtos israelenses e restrições a ministros do governo de Binyamin Netanyahu.
- Para a implementação das sanções, é necessária a aprovação unânime dos países-membros da União Europeia.
- O plano prevê a suspensão de partes do acordo de livre-comércio com Israel, resultando em tarifas adicionais de € 227 milhões (cerca de R$ 1,4 bilhões) por ano.
- O chanceler de Israel, Gideon Sa’ar, criticou as propostas, afirmando que podem prejudicar os interesses da Europa.
BRUXELAS – A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou nesta quarta-feira, 17, uma proposta para impor sanções a Israel e ao Hamas, em resposta ao aumento da violência na região. As medidas incluem tarifas adicionais sobre produtos israelenses e restrições a ministros do governo de Binyamin Netanyahu. Para que as sanções entrem em vigor, é necessária a aprovação unânime dos países-membros da União Europeia.
O plano prevê a suspensão de partes do acordo de livre-comércio com Israel, resultando em tarifas adicionais estimadas em € 227 milhões (cerca de R$ 1,4 bilhões) por ano. Além disso, a proposta sugere a suspensão da cooperação bilateral, exceto em áreas como a sociedade civil e o Centro de Memória do Holocausto Yad Vashem. Von der Leyen enfatizou a necessidade de cessar os “eventos horríveis” em Gaza.
A União Europeia é a maior parceira comercial de Israel, com um volume de negócios anual de € 68 bilhões (aproximadamente R$ 426 bilhões). Críticos da abordagem europeia argumentam que o bloco deve usar sua influência econômica para pressionar o governo israelense, uma vez que um terço do comércio de Israel é com a Europa.
Reações de Israel
O chanceler de Israel, Gideon Sa’ar, reagiu às propostas, classificando-as como “moralmente distorcidas”. Ele alertou que ações contra Israel podem prejudicar os interesses da própria Europa. Sa’ar afirmou que Israel continuará a lutar contra tentativas de prejudicá-lo, especialmente em um momento de “guerra existencial”.
As divergências diplomáticas entre a Europa e Israel devem se intensificar na próxima semana, com vários países, incluindo França, Reino Unido e Bélgica, planejando reconhecer o Estado palestino antes da abertura da Assembleia-Geral da ONU. Netanyahu, por sua vez, mencionou que Israel pode enfrentar um “isolamento econômico” e que a autossuficiência pode se tornar uma necessidade, embora tenha se retratado, afirmando que se referia apenas à indústria de defesa.