- A Baixada Santista, em São Paulo, enfrenta um aumento da violência ligado ao tráfico de drogas, especialmente pela atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC).
- A execução do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, conhecido por seu combate ao PCC, ocorreu em Praia Grande e evidencia a gravidade da situação.
- As operações policiais, como Escudo e Verão, resultaram em um aumento de 101,9% na letalidade policial nos primeiros oito meses de 2024 em comparação ao ano anterior.
- O número de policiais mortos em serviço também cresceu 38%. Especialistas afirmam que essas ações não desarticulam o crime organizado.
- A falta de presença do Estado em áreas vulneráveis e a necessidade de uma abordagem integrada são apontadas como essenciais para enfrentar a criminalidade na região.
A Baixada Santista, litoral de São Paulo, vive um aumento alarmante da violência, exacerbada pela atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC). A recente execução do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, em Praia Grande, destaca a gravidade do cenário. Fontes, conhecido por seu combate ao PCC, foi assassinado em um contexto de crescente tensão na região.
As operações policiais, como Escudo e Verão, têm gerado um aumento significativo na letalidade policial, com um crescimento de 101,9% nos primeiros oito meses de 2024 em comparação ao ano anterior. O número de policiais mortos em serviço também subiu 38%. Apesar das ações ostensivas, especialistas afirmam que essas operações têm exposto mais a força do crime organizado do que desarticulá-lo.
A geografia da Baixada Santista, com o Porto de Santos como um ponto estratégico, favorece o tráfico de drogas. O PCC, que se transformou em uma organização criminosa sofisticada, utiliza a região como um corredor para a distribuição internacional de drogas. O promotor Silvio Loubeh ressalta que a facção abandonou outras formas de arrecadação para focar no tráfico internacional, tornando o porto uma fonte crucial de lucro.
A resposta do Estado, focada em operações de confronto direto, tem gerado um ciclo de violência que não resolve a questão da criminalidade. Carolina Ricardo, do Instituto Sou da Paz, destaca que a falta de presença do Estado em áreas vulneráveis permite que o crime organizado se fortaleça. A situação é crítica, com relatos de abusos e execuções, como o caso de um jovem funcionário da prefeitura de São Vicente, baleado enquanto trabalhava.
Para especialistas, a solução exige uma política integrada que vá além da repressão. A falta de infraestrutura e a ausência do poder público nas comunidades são fatores que perpetuam a criminalidade. A necessidade de uma abordagem mais eficaz e humanizada é urgente para enfrentar o avanço do PCC na Baixada Santista.