- A Comissão Europeia propôs suspender partes do acordo comercial com Israel devido à escalada da violência em Gaza.
- A medida visa abordar violações de direitos humanos na região e gerou debates entre os Estados membros da União Europeia.
- A proposta requer apoio de pelo menos 55% dos Estados membros, representando 65% da população da UE.
- Alemanha e Itália ainda não se posicionaram claramente; a Alemanha deve se pronunciar na próxima semana.
- A pressão por uma ação unificada da UE aumenta, especialmente diante da indignação pública sobre a situação em Gaza, onde mais de 66 mil mortes foram registradas.
A Comissão Europeia propôs a suspensão de partes do acordo comercial com Israel em resposta à escalada da violência na Gaza. A medida, que visa abordar as violações de direitos humanos na região, gerou discussões acaloradas entre os Estados membros da União Europeia (UE).
A proposta, apresentada na quarta-feira, requer o apoio de pelo menos 55% dos Estados membros, representando 65% da população total da UE. No entanto, a Alemanha e a Itália ainda não se manifestaram claramente sobre a questão. A Alemanha, tradicionalmente aliada de Israel, está avaliando sua posição e deve se pronunciar na próxima semana. Fontes diplomáticas indicam que o silêncio do governo pode sugerir uma possível abertura para a abstinência em relação à suspensão do acordo.
A Itália, por sua vez, expressou hesitação. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, afirmou que o país poderia apoiar algumas sanções, mas não todas. O governo de Giorgia Meloni está mais inclinado a sancionar ministros israelenses extremistas, mas a unanimidade dos 27 membros da UE é necessária para que essas medidas avancem.
Pressão e Consequências
A proposta da Comissão, liderada por Ursula von der Leyen, representa uma mudança significativa na postura da UE, que até então era vista como próxima a Israel. A reimposição de tarifas sobre produtos israelenses poderia gerar um custo adicional de 227 milhões de euros anuais para os exportadores de Israel, afetando cerca de 37% das vendas do país para a UE.
Durante uma reunião recente, delegações de países que tradicionalmente apoiam Israel, como República Checa e Hungria, se opuseram à medida. A pressão por uma resposta unificada da UE aumenta, especialmente diante da crescente indignação pública sobre a situação em Gaza, onde mais de 66.000 mortes foram registradas.
A falta de um posicionamento claro da Alemanha é vista como crucial, pois pode influenciar outros países a se posicionarem. A alta representante para Política Externa da UE, Kaja Kallas, reconheceu que, apesar da mudança na opinião pública, as linhas políticas permanecem inalteradas. A votação no Conselho da UE ainda não tem data definida, mas novas discussões estão programadas para a próxima semana em Bruxelas.