- O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, denunciou restrições impostas pelos Estados Unidos que o impedem de participar da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e de reuniões da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
- As limitações, segundo Padilha, inviabilizam sua presença em eventos importantes e são uma afronta ao Brasil.
- Ele destacou que a proibição de se deslocar de Nova York a Washington é a mais crítica, afetando sua participação em reuniões bilaterais e na Opas.
- O ministro planejava anunciar um reforço financeiro do Brasil a um fundo da Opas para a compra de vacinas e medicamentos acessíveis.
- Padilha enviou uma nota à Opas criticando a postura do governo americano e reafirmou que a ação internacional do Brasil continuará, independentemente das restrições.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, denunciou que restrições impostas pelos Estados Unidos o impedirão de participar da Assembleia Geral da ONU e de reuniões da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) na próxima semana. Segundo Padilha, o governo Trump impôs limitações que inviabilizam sua presença em eventos cruciais, classificando a situação como “inaceitável” e uma “afronta” ao Brasil.
Em entrevista ao Estúdio i, o ministro destacou que as restrições não são direcionadas a sua pessoa, mas sim ao cargo que ocupa. Ele enfatizou que a proibição de se deslocar de Nova York a Washington é o ponto mais crítico, pois o impede de participar de uma reunião importante da Opas e de encontros bilaterais fora da estrutura da ONU. “As restrições inviabilizam a presença do ministro da Saúde do Brasil nas atividades que ele precisa fazer parte,” afirmou Padilha.
O ministro planejava anunciar um reforço financeiro do Brasil a um fundo estratégico da Opas, destinado à compra de vacinas e medicamentos contra o câncer a preços acessíveis para toda a América. Além disso, ele seria impedido de participar de reuniões como presidente da parceria dos Brics na área da saúde e de encontros do G20 e do Mercosul, que frequentemente ocorrem em embaixadas.
Reação do Ministro
Padilha enviou uma “nota dura” aos integrantes da Opas, criticando a postura do governo americano. No documento, ele afirmou que o espírito de cooperação dos EUA “não sucumbirá à sombra de obscurantismo e de negacionismo” que atualmente paira sobre o país. O ministro também declarou que a “atitude absurda” dos EUA não intimidará o Brasil, prometendo atrair mais investimentos para a produção de vacinas e tecnologia no país.
Ele reafirmou que, apesar das restrições, a ação internacional do Brasil continuará. “Eles até podem impedir a presença do ministro, mas a ideia da defesa da ciência, da defesa da vacina […] esse presidente dos Estados Unidos não vai conseguir impedir,” concluiu Padilha.