- O Rio de Janeiro registrou 103 casos de amputações relacionadas à violência armada desde a notificação compulsória em 2023.
- No último ano, dez pessoas foram amputadas, incluindo uma criança que perdeu a mão ao manusear um explosivo em Costa Barros.
- O menino confundiu o artefato com uma peça de bicicleta, resultando em uma explosão que também feriu seu pé e mão esquerda.
- Dados da Secretaria Municipal de Saúde mostram que metade das amputações em 2024 ocorreu na altura da coxa, com outras vítimas perdendo partes do braço e da mão.
- A 22ª Delegacia de Polícia investiga o caso, enquanto a comunidade pede medidas para prevenir novas tragédias.
Aumento de amputações por violência armada no Rio de Janeiro preocupa autoridades
Desde a implementação da notificação compulsória de amputações em 2023, o Rio de Janeiro registrou 103 casos de mutilações relacionadas à violência armada. Somente no último ano, dez pessoas foram amputadas, incluindo um menino de 8 anos que perdeu a mão após manusear um explosivo em Costa Barros.
O incidente ocorreu quando a criança, acreditando que o artefato era uma peça de bicicleta, o pegou e o deixou cair, resultando em uma explosão que decepou sua mão direita. Além disso, o menino sofreu ferimentos no pé e na mão esquerda. Ele foi atendido na Unidade de Pronto Atendimento de Costa Barros e, posteriormente, transferido para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, onde passou por cirurgia e apresenta quadro de saúde estável.
Contexto da Violência
Os dados da Secretaria Municipal de Saúde revelam que, entre os casos de amputação registrados em 2024, metade das vítimas teve membros amputados na altura da coxa. Outras duas pessoas perderam partes do braço e duas, partes da mão. O aumento das mutilações é atribuído a disputas territoriais entre facções criminosas, como o Comando Vermelho e o Terceiro Comando Puro, que dominam áreas como o Complexo do Chapadão e a Pedreira.
O caso do menino não é isolado. Em 2023, a série “Mutilados”, do O GLOBO, destacou incidentes semelhantes, incluindo o caso de Luis Rodrigo Costa, que, em 2016, perdeu a mão ao confundir uma granada com um brinquedo. A situação alarmante das amputações no Rio de Janeiro levanta questões sobre a segurança e a proteção das crianças em áreas afetadas pela violência armada.
A 22ª DP (Penha) investiga o incidente recente, enquanto a comunidade clama por medidas mais eficazes para prevenir tais tragédias.