- O inquérito das fake news, iniciado em 2019, investiga a disseminação de notícias falsas contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
- O ministro Alexandre de Moraes e o jurista Miguel Reale Junior defendem a conclusão do inquérito, destacando a importância da transparência.
- Moraes afirma que as milícias digitais ainda atuam, promovendo ódio e polarização, e considera essencial finalizar o inquérito para restaurar a normalidade no país.
- Reale Junior critica o prolongamento das investigações e pede a derrubada do sigilo para garantir a credibilidade do STF.
- O inquérito foi aberto pelo então presidente do STF, Dias Toffoli, sem solicitação do Ministério Público, gerando controvérsias sobre sua legalidade.
O inquérito das fake news, instaurado em 2019 para investigar a disseminação de notícias falsas contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), está em foco novamente. O ministro Alexandre de Moraes e o jurista Miguel Reale Junior defendem a conclusão do processo, enfatizando a importância da transparência e da autocontenção do STF após as condenações relacionadas a uma trama golpista.
Moraes destacou que as milícias digitais continuam a agir, fomentando ódio e polarização no Brasil. Ele argumenta que é crucial finalizar o que chamou de “inquérito do fim do mundo” para restaurar a normalidade no país. Reale Junior, por sua vez, acredita que não há mais razões para adiar a conclusão do inquérito, que se transformou em um “penduricalho” de investigações sigilosas.
Necessidade de Transparência
Reale Junior, professor da Faculdade de Direito da USP e ex-ministro da Justiça, afirmou que o STF desempenhou um papel importante ao agir em um momento em que a Procuradoria Geral da República (PGR) estava inativa. Contudo, ele ressalta que o tempo para a conclusão do inquérito já se esgotou. Muitas investigações já têm autoria definida, enquanto outras carecem de dados que justifiquem o arquivamento.
O jurista também defende a derrubada do sigilo das investigações para preservar a credibilidade do STF. Ele alerta que a manutenção do sigilo gera incertezas sobre o futuro das ações da Corte. Reale Junior menciona a necessidade de autocontenção do STF, um ponto que será abordado pelo novo presidente da Corte, Edson Fachin, a partir do dia 29.
Contexto do Inquérito
O inquérito foi aberto de ofício pelo então presidente do STF, Dias Toffoli, em março de 2019, sem solicitação do Ministério Público. Essa prática, assim como a escolha de Moraes como relator do caso sem sorteio, gerou controvérsias sobre a legalidade do processo. Moraes, no entanto, defende que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) possui “poder de polícia” e que os relatórios solicitados foram “oficiais e regulares”.
A discussão sobre a conclusão do inquérito reflete um momento crítico na política brasileira, onde a proteção da democracia e a atuação de todos os poderes são mais relevantes do que nunca.