- O silêncio dos militares sobre o julgamento de um suposto golpe no Brasil gera inquietação.
- O ministro da Defesa, José Múcio, e os comandantes das Forças Armadas não se manifestaram sobre o tema.
- Essa ausência de posicionamento perpetua a ideologia de “guerra sem guerra” e suas consequências para a democracia.
- A falta de uma declaração antigolpista é vista como uma oportunidade perdida para melhorar a relação entre civis e militares.
- O contexto atual reflete uma cultura militar que marginaliza valores civis e a busca por harmonia sociopolítica.
O silêncio dos militares sobre o julgamento de um suposto golpe no Brasil gera inquietação e reflete uma cultura que marginaliza valores civis. O ministro da Defesa, José Múcio, e os comandantes das Forças Armadas não se manifestaram, perpetuando a ideologia de “guerra sem guerra” e suas consequências para a democracia.
Esse silêncio é alarmante, pois revela uma relutância em abordar um tema que poderia ser um divisor de águas na relação entre civis e militares. A ausência de uma posição clara pode ser interpretada como um sinal de que a cultura militar ainda prioriza a estabilidade do poder sobre a busca por harmonia sociopolítica. A ideia de que a guerra é um processo natural de estabilização das relações de poder continua a prevalecer.
A reflexão sobre a natureza do silêncio militar é pertinente. O filósofo espanhol Juan Huarte de San Juan, do século 16, argumentava que a moralidade e a clareza de pensamento são prejudiciais no campo militar. Essa perspectiva sugere que a cultura militar pode estar enraizada em uma lógica que despreza valores civis, o que se torna evidente na atual conjuntura política.
Consequências do Silêncio
O silêncio dos militares não apenas perpetua a ideologia militarista, mas também alimenta um ambiente de desapreço pelos valores democráticos. O Brasil, em quase dois séculos sem guerra, ainda enfrenta atentados contra a civilidade, refletindo a persistência de uma mentalidade bélica. A ideologia da “guerra sem guerra” se infiltra nas relações internas, criando um clima de tensão e incerteza.
A falta de uma declaração antigolpista por parte das Forças Armadas é vista como uma oportunidade perdida de romper com um ciclo de desconfiança. Um posicionamento claro poderia ser um passo histórico em direção à reparação e à construção de uma relação mais saudável entre os militares e a sociedade civil. A necessidade de um “fiat lux” é urgente, pois a construção de uma nação deve ser incompatível com a retórica de um “país dos trogloditas”.