- A Universidade de São Paulo (USP) registrou oito ataques de grupos de direita em 2023, segundo o Diretório Central dos Estudantes (DCE).
- Dois desses ataques ocorreram na mesma semana do feriado de 7 de setembro.
- Os ataques geralmente envolvem a entrada de grupos que gravam vídeos e fazem provocações, visando deslegitimar a universidade pública.
- O vereador Lucas Pavanato (PL) criticou o DCE, chamando-o de “lixo” e defendendo ações contra os estudantes.
- A Associação Juízas e Juízes para a Democracia (AJD) emitiu nota de repúdio, destacando a importância da liberdade de pensamento nas universidades e pedindo medidas de segurança.
O campus da Universidade de São Paulo (USP) foi alvo de oito ataques de grupos de direita em 2023, conforme levantamento do Diretório Central dos Estudantes (DCE). Dois desses incidentes ocorreram na mesma semana do feriado de 7 de Setembro. Os estudantes relatam que os ataques geralmente envolvem a entrada de grupos com câmeras e celulares, que gravam vídeos e fazem provocações, buscando criar narrativas negativas sobre a universidade pública.
Pedro Chiquitti, aluno da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e dirigente estudantil, destacou que esses ataques começaram em 2018, após a eleição de Jair Bolsonaro, e se intensificaram neste ano. Ele observa semelhanças com os ataques às universidades no período anterior ao golpe militar de 1964, quando havia uma tentativa de deslegitimar o ensino e perseguir o pensamento crítico.
Reações e Repúdio
O vereador Lucas Pavanato (PL), que frequenta a USP, criticou o DCE, chamando-o de “lixo” e acusando os estudantes de agredirem suas tentativas de debate. Pavanato defendeu que a universidade deve tomar medidas contra os “arruaceiros” que, segundo ele, desperdiçam recursos públicos.
Em resposta aos ataques, a Associação Juízas e Juízes para a Democracia (AJD) emitiu uma nota de repúdio, afirmando que os episódios ameaçam a liberdade de pensamento e a diversidade de ideias nas universidades. A AJD ressaltou a importância da USP na formação de cidadãos críticos e na produção de conhecimento, pedindo medidas para garantir a segurança no campus e responsabilizar os autores dos ataques.
