- A França enfrenta uma crise política e econômica, com um governo fragilizado e uma dívida soberana elevada.
- Recentes greves e manifestações em Paris, organizadas por centrais sindicais, protestaram contra o corte de 40 bilhões de euros nos gastos sociais para o Orçamento de 2026.
- Mais de 500 mil pessoas participaram dos protestos, pedindo a retomada de impostos sobre os mais ricos e grandes corporações, além da revisão da reforma previdenciária de 2023, que aumentou a idade mínima para aposentadoria de 62 para 64 anos.
- A saída de três primeiros-ministros em um ano evidencia a fragilidade do governo, que não possui uma base majoritária na Assembleia Nacional.
- A agência de rating Fitch rebaixou a nota de crédito soberano da França, considerando improvável a consolidação fiscal em um ambiente político fragmentado, com a dívida do país atingindo 114% do PIB.
A França enfrenta uma grave crise política e econômica, com um governo fragilizado e uma dívida soberana elevada. Recentes greves e manifestações em Paris, organizadas por centrais sindicais, expressaram forte oposição ao corte de 40 bilhões de euros nos gastos sociais proposto para o Orçamento de 2026.
Na quinta-feira, dia 18, mais de 500 mil franceses foram às ruas, clamando pela retomada de impostos sobre os mais ricos e grandes corporações, uma medida que o presidente Emmanuel Macron rejeitou nos últimos anos. Os protestos também exigem a revisão da reforma previdenciária de 2023, que aumentou a idade mínima para aposentadoria de 62 para 64 anos, gerando descontentamento generalizado.
Fragilidade do Governo
A austeridade orçamentária já resultou na saída de três primeiros-ministros em um ano, evidenciando a fragilidade do governo, que não possui uma base majoritária na Assembleia Nacional. As forças políticas de centro, direita e esquerda estão em constante conflito, favorecendo o crescimento de alas extremistas. O novo primeiro-ministro, Sébastian Lecornu, enfrenta desafios significativos em seus primeiros dias no cargo, incluindo dois grandes protestos.
A situação se agrava com o rebaixamento da nota de crédito soberano da França pela agência de rating Fitch, que considera improvável a consolidação fiscal em um ambiente político fragmentado. A dívida soberana do país chega a 114% do PIB, e o déficit público deve atingir 5,4% neste ano, bem acima do limite de 3% recomendado pela União Europeia.
Necessidade de Diálogo
Diante desse cenário, a única alternativa viável parece ser um diálogo difícil com as forças de centro-direita e centro-esquerda, visando um orçamento que equilibre austeridade e justiça social. A falta de consenso pode levar a um agravamento da crise, com apelos por novas eleições e até mesmo pela renúncia de Macron, que podem intensificar a instabilidade política. A França, portanto, se encontra em um momento crítico, onde a busca por soluções eficazes é mais urgente do que nunca.