- A Polícia Federal prendeu 11 suspeitos de ataques cibernéticos que desviaram R$ 1,2 bilhão de instituições financeiras.
- As prisões ocorreram nos últimos três meses em estados como São Paulo, Bahia, Pernambuco, Pará e Goiás.
- Os detidos têm idades entre 22 e 46 anos e incluem desenvolvedores de software e corretores de criptomoedas.
- Um corretor de criptoativos é acusado de planejar a lavagem de dinheiro, movimentando mais de R$ 124 milhões em criptomoedas.
- As investigações revelaram que os hackers usavam credenciais legítimas para realizar transferências, dificultando a rastreabilidade dos valores.
A Polícia Federal prendeu 11 suspeitos de envolvimento em ataques cibernéticos que desviaram R$ 1,2 bilhão de instituições financeiras. As prisões ocorreram nos últimos três meses em diversas localidades, incluindo São Paulo, Bahia, Pernambuco, Pará e Goiás.
Os detidos, com idades entre 22 e 46 anos, têm perfis variados, como desenvolvedores de software e corretores de criptomoedas. Alguns já possuem antecedentes criminais por estelionato e invasão de dispositivos eletrônicos. As investigações revelaram que os ataques foram direcionados à C&M Software e à Sinqia Digital, empresas que operam com o sistema de pagamentos Pix.
Operação Magna Fraus
Um dos principais alvos da operação, um corretor de criptoativos, é acusado de planejar a lavagem de dinheiro do esquema. Conversas interceptadas indicam que ele foi avisado sobre o ataque à C&M e orientado a movimentar grandes quantias em criptomoedas. Entre 30 de junho e 4 de julho, ele movimentou mais de R$ 124 milhões em uma única carteira.
Os promotores destacam que a atuação do corretor consistia em converter valores em diferentes tokens, dificultando a rastreabilidade. Além dele, outro preso já havia sido denunciado por uma invasão a um hospital em Brasília, onde tentou extorquir a instituição em 43 bitcoins.
Recrutamento e Táticas
Os investigadores identificaram um padrão de recrutamento em fóruns na internet, visando cooptar funcionários com acesso a credenciais de instituições financeiras. Em setembro, a PF frustrou uma tentativa de invasão à Caixa Econômica Federal, resultando na prisão de suspeitos em flagrante.
Os hackers utilizavam credenciais legítimas para realizar transferências fracionadas em horários de baixa vigilância. Parte do dinheiro desviado foi convertida em criptomoedas, dificultando a rastreabilidade. No caso da Sinqia, R$ 589 milhões foram recuperados, enquanto o Banco Central confirmou que seu sistema não foi afetado pelos ataques. As investigações continuam para identificar outros envolvidos.