- O Reino Unido e Portugal reconheceram oficialmente o Estado da Palestina em 21 de outubro de 2023.
- A decisão ocorreu antes da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que discutirá a solução de dois Estados.
- O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, havia prometido o reconhecimento caso Israel não cumprisse compromissos, como um cessar-fogo.
- O governo português também destacou a deterioração da situação humanitária em Gaza e a possibilidade de anexação de territórios palestinos.
- Os Estados Unidos expressaram descontentamento com a iniciativa, reforçando seu apoio a Israel.
O Reino Unido e Portugal anunciaram o reconhecimento oficial do Estado da Palestina neste domingo, 21 de outubro de 2023, em meio a uma crescente pressão dos Estados Unidos e de Israel. A decisão ocorre a poucas horas do início da Assembleia Geral da ONU, que discutirá a solução de dois Estados.
Nos últimos meses, diversos países que tradicionalmente apoiam Israel têm adotado essa postura, especialmente após a intensificação da ofensiva israelense na Faixa de Gaza, desencadeada pelo ataque do Hamas em 7 de outubro. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, havia prometido o reconhecimento do Estado palestino caso Israel não cumprisse compromissos, como um cessar-fogo. O vice-primeiro-ministro, David Lammy, destacou que as condições para a paz se tornaram ainda mais sombrias.
Reconhecimento e Críticas
O governo português também confirmou que reconhecerá a Palestina, levando em conta a deterioração da situação humanitária e a possibilidade de anexação de territórios palestinos. Lammy criticou a expansão da colonização israelense, especialmente o projeto E1, que prevê a construção de moradias na Cisjordânia. Ele alertou que a perspectiva de uma solução de dois Estados está em risco devido à violência e à colonização.
Os Estados Unidos, por sua vez, manifestaram descontentamento com a iniciativa britânica e portuguesa. Durante uma visita ao Reino Unido, o presidente Donald Trump expressou sua oposição ao reconhecimento da Palestina, reforçando a posição de apoio incondicional a Israel.
Contexto do Conflito
A escalada do conflito resultou em um número alarmante de vítimas. Dados oficiais indicam que o ataque do Hamas deixou 1.219 mortos em Israel, enquanto as represálias israelenses causaram a morte de 65.062 palestinos em Gaza, a maioria civis. A ONU, em uma recente investigação, concluiu que Israel comete genocídio contra os palestinos, uma acusação que o governo israelense nega.
Neste domingo, o exército israelense informou que dois projéteis foram lançados de Gaza, um dos quais foi interceptado. A situação permanece tensa, com a comunidade internacional observando atentamente os desdobramentos e as novas iniciativas diplomáticas.