- Susan Faludi relançou seu livro “Backlash” na Espanha, abordando a reação conservadora aos avanços feministas.
- A nova edição destaca o aumento do antifeminismo e a desintegração das instituições democráticas nos Estados Unidos.
- Durante uma videoconferência, Faludi expressou preocupação com a atual situação do país, descrevendo-a como aterrorizante.
- A autora critica o feminismo da quarta onda, afirmando que as condições de vida das mulheres pioraram e que iniciativas corporativas não resolveram problemas estruturais.
- Faludi também alerta sobre a polarização entre feministas e ativistas trans, considerando-a prejudicial para a luta pelos direitos das mulheres.
Susan Faludi, jornalista e autora renomada, relança seu livro Backlash na Espanha, obra que analisa a reação conservadora aos avanços feministas. A nova edição reflete sobre a atual situação dos direitos das mulheres, destacando o aumento do antifeminismo e a desintegração das instituições democráticas nos Estados Unidos.
Durante uma videoconferência, Faludi expressou sua preocupação com o estado atual do país, afirmando que “despertar a cada dia é aterrorizante”. Ela descreveu a atmosfera como um retorno a um cenário caótico, onde as instituições públicas se desmoronam e a sensação de insegurança predomina. A autora, que ganhou o Prêmio Pulitzer em 1991, observa que a reação ao feminismo contemporâneo é mais agressiva e menos sutil do que nas décadas de 1980 e 1990.
Faludi argumenta que, ao contrário do que se pensava, o feminismo não consolidou mudanças sociais significativas. Em vez disso, houve um retrocesso nos direitos das mulheres, impulsionado por uma narrativa que culpa a emancipação feminina pela infelicidade delas. “O antifeminismo atual quer sangue”, afirma, referindo-se a ataques coordenados que visam restringir a autonomia corporal e os direitos reprodutivos das mulheres.
Críticas ao Feminismo Atual
A autora critica o feminismo da quarta onda, que, apesar de popular, não trouxe melhorias nas condições de vida das mulheres. “As condições de vida das mulheres pioraram”, destaca Faludi, mencionando que iniciativas corporativas não resolveram os problemas estruturais enfrentados. Ela também expressa preocupação com a divisão entre feministas e ativistas trans, ressaltando que ambas enfrentam desafios semelhantes.
Faludi, que tem uma história pessoal complexa relacionada à identidade de gênero, observa que a polarização atual entre feministas e ativistas trans é prejudicial. “É terrível como o feminismo se torna uma ferramenta de vigilância interna”, conclui, alertando sobre os perigos de alianças com a extrema direita que se disfarçam de defesa dos direitos das mulheres.