- Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos de prisão por sua participação em uma trama golpista.
- O clima entre os ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) e Luiz Fux continua tenso após seu voto pela absolvição do ex-presidente.
- A relação com Fux é descrita como “azeda”, e sua posição gerou descontentamento entre os colegas.
- Fux evitou interagir com os demais ministros durante os intervalos do julgamento, ciente da indignação.
- A expectativa é que a reaproximação entre Fux e os outros ministros seja improvável no curto prazo.
Dez dias após a condenação de Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão por sua participação em uma trama golpista, o clima entre os ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) e Luiz Fux permanece tenso. Fux foi o único a votar pela absolvição do ex-presidente e de outros condenados, o que gerou descontentamento entre seus colegas.
Os ministros relatam que, apesar de não haver embates diretos, a relação com Fux está “azeda”. A inclusão da advogada Viviane Barci de Moraes, esposa de Fux, na Lei Magnitsky pode agravar ainda mais a situação. A maioria dos integrantes da Primeira Turma considera que o problema não foi apenas a divergência de voto, mas a forma como Fux expressou sua posição, que alimenta os ataques ao STF.
Um magistrado destacou que Fux evitou interagir com os colegas durante os intervalos do julgamento, ciente do “clima de indignação”. A avaliação é que seu voto contradiz posições anteriores em julgamentos relacionados ao 8 de janeiro e fortalece a narrativa de Bolsonaro e seus aliados contra a corte. Outro membro da turma descreveu o ambiente com Fux como “o pior possível”, afirmando que ele não foi coerente e que sua manifestação contribui para os ataques à instituição.
A situação atual reflete um momento delicado para o STF, que enfrenta pressão tanto de bolsonaristas quanto de influências externas, como a gestão de Donald Trump. A expectativa é que a reaproximação entre Fux e os demais ministros seja “muito improvável” no curto prazo.
