- Trinta e quatro dos quarenta e dois integrantes da bancada da bala no Congresso Nacional votaram a favor da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Blindagem.
- A PEC visa proteger políticos corruptos e foi aprovada após o assassinato do ex-delegado da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, pelo Primeiro Comando da Capital (PCC).
- A bancada é composta por policiais civis, militares, federais, bombeiros e oficiais do Exército, que se elegeram prometendo combater o crime.
- Apenas quatro policiais civis votaram contra a PEC, enquanto doze dos quatorze policiais militares e todos os policiais federais, exceto um ausente, apoiaram a proposta.
- O procurador Roberto Livianu criticou a PEC, chamando-a de “PEC Salva Ladrão”, e alertou sobre o aumento da impunidade do crime organizado no Brasil.
Bancada da bala apoia PEC da Blindagem em meio a assassinato de ex-delegado
Na última semana, 34 dos 42 integrantes da bancada da bala no Congresso Nacional votaram a favor da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Blindagem, que visa proteger políticos corruptos. O apoio à proposta ocorreu em um momento delicado, logo após o assassinato do ex-delegado da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, pelo Primeiro Comando da Capital (PCC).
A bancada, composta por 13 policiais civis, 14 policiais militares, seis federais, dois bombeiros militares, dois policiais rodoviários federais e cinco oficiais do Exército, se elegeu com promessas de combate ao crime e críticas a leis que favorecem criminosos, como as saidinhas e audiências de custódia. No entanto, o apoio à PEC, que é considerada por especialistas como uma forma de proteger corruptos, gerou questionamentos sobre a verdadeira intenção dos parlamentares.
Entre os que votaram a favor da PEC, estavam dois delegados da Polícia Civil paulista e um terceiro que deixou a carreira. O procurador Roberto Livianu criticou a proposta, chamando-a de “PEC Salva Ladrão”, e alertou que sua aprovação pode aumentar a impunidade do crime organizado no Brasil. Ele destacou que a infiltração do PCC e de outras organizações criminosas no poder público é uma preocupação crescente.
Dos 13 policiais civis, apenas quatro votaram contra a PEC, incluindo os delegados Bruno Lima e Mário Palumbo Junior. Entre os policiais militares, doze dos quatorze apoiaram a proposta, com apenas um voto contrário. A situação é ainda mais preocupante entre os policiais federais, onde nenhum dos seis se opôs à PEC, exceto um que estava ausente.
A aprovação da PEC levanta questões sobre a ética e a responsabilidade dos representantes da segurança pública, que, ao protegerem a corrupção, podem estar se distanciando dos valores que prometeram defender.