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Portugal enfrenta dilema sobre cidadania de artistas com raízes coloniais

Dino D’Santiago destaca injustiças enfrentadas por afrodescendentes em Portugal e a necessidade de reparações históricas durante a ópera "Adilson"

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Adilson, bailarino português, se apresenta no Theatro Circo de Braga ao final de um espetáculo (Foto: Reprodução)
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  • Dino D’Santiago apresentou a ópera “Adilson” no Theatro Circo de Braga, durante o Festival Paraíso.
  • A obra aborda a exclusão de cidadãos afrodescendentes em Portugal, centrando-se na vida de Adilson, um bailarino que vive ilegalmente no país desde 2019.
  • O artista denunciou o racismo e a falta de reparações históricas, afirmando que “nossos corpos também são pátria”.
  • D’Santiago destacou as dificuldades enfrentadas por Adilson, que não possui nacionalidade portuguesa e enfrenta riscos de deportação.
  • O evento também comemorou os 50 anos das independências de Angola, Moçambique, Cabo Verde e Santo Tomé e Príncipe, refletindo sobre os traumas coloniais na democracia portuguesa.

Dino D’Santiago apresentou a ópera “Adilson” no Theatro Circo de Braga, destacando a exclusão de cidadãos afrodescendentes em Portugal. O espetáculo, parte do Festival Paraíso, aborda a vida de Adilson, um bailarino que vive ilegalmente no país desde 2019, apesar de ter chegado a Portugal ainda bebê. A obra denuncia o racismo e a falta de reparações históricas, refletindo sobre as consequências de quatro séculos de imperialismo português.

Durante a apresentação, D’Santiago enfatizou que “nossos corpos também são pátria”, uma mensagem poderosa que ressoa com a luta dos afrodescendentes por reconhecimento e direitos. Adilson, que não possui nacionalidade portuguesa, enfrenta dificuldades como a impossibilidade de conseguir um emprego ou alugar uma casa. “Se a polícia entrasse aqui, ele seria o único detido e deportado para um lugar que nunca conheceu”, afirmou D’Santiago, ressaltando a injustiça da situação.

O evento também marcou os 50 anos das independências de Angola, Moçambique, Cabo Verde e Santo Tomé e Príncipe, levando pensadores e criadores a refletirem sobre a gestão dos traumas coloniais pela democracia portuguesa. Tiago Campos Vieira, pesquisador da Escola Superior Artística do Porto, destacou a necessidade de um memorial para as pessoas escravizadas, que permanece inacabado em Lisboa, evidenciando a resistência em confrontar o passado colonial.

A opressão histórica e a exclusão social dos afrodescendentes são temas centrais na obra de D’Santiago, que critica a narrativa eurocêntrica que ainda permeia a sociedade portuguesa. “Portugal é um país erguido com a sangue dos pobres africanos e só conta um lado da história”, declarou o artista, chamando a atenção para a urgência de reconhecer e reparar as injustiças do passado.

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