- A Polícia Federal deflagrou a Operação Rejeito em 17 de setembro de 2025, investigando um esquema de corrupção envolvendo 42 empresas e servidores da Agência Nacional de Mineração (ANM).
- O esquema facilitava a exploração ilegal de minério de ferro, movimentando cerca de R$ 1,5 bilhão em Minas Gerais, especialmente no Quadrilátero Ferrífero.
- Após os desastres de Mariana e Brumadinho, a ANM endureceu as legislações sobre mineração, mas muitos grupos continuaram a operar irregularmente, corrompendo servidores para obter licenças.
- Alan Cavalcante do Nascimento é apontado como coordenador do esquema, controlando pagamentos de propina e operações financeiras por meio da empresa Fleurs Global Mineração, que movimentou R$ 4,3 bilhões entre 2019 e 2024.
- A exploração ilegal se concentrava em áreas como Serra do Curral, abrangendo municípios como Sabará, Raposos, Ouro Preto, Mariana e Itabirito, com projetos que podem gerar um potencial econômico superior a R$ 18 bilhões.
A Operação Rejeito, deflagrada pela Polícia Federal na quarta-feira, 17, investiga um esquema de corrupção que envolve 42 empresas e servidores da Agência Nacional de Mineração (ANM). O esquema facilitava a exploração ilegal de minério de ferro, movimentando cerca de R$ 1,5 bilhão em Minas Gerais, especialmente na região do Quadrilátero Ferrífero.
Após os desastres de Mariana e Brumadinho, que resultaram em 289 mortes e graves danos ambientais, a ANM endureceu as legislações sobre mineração. A recuperação de rejeitos de minério de ferro ganhou destaque, sendo realizada tanto por grandes mineradoras quanto por empresas sem experiência no setor. A operação da PF revela que, apesar das novas regras, muitos grupos continuaram a operar de forma irregular, corrompendo servidores para obter licenças e autorizações.
Entre os investigados, Alan Cavalcante do Nascimento é apontado como o coordenador do esquema, controlando pagamentos de propina e operações financeiras. Sua empresa, Fleurs Global Mineração, teria movimentado R$ 4,3 bilhões entre 2019 e 2024. A investigação também destaca que as mineradoras envolvidas operavam com autorizações precárias, muitas vezes utilizando guias de utilização emitidas pela ANM, que deveriam ser destinadas apenas a pequenas extrações.
A PF identificou que a exploração ilegal se concentrava em áreas como Serra do Curral, abrangendo municípios como Sabará, Raposos, Ouro Preto, Mariana e Itabirito. A recuperação de rejeitos, que se intensificou após os desastres, é uma atividade que, embora recente, se tornou um negócio rentável, atraindo tanto mineradoras quanto investidores. A operação busca desmantelar esse esquema que, segundo a PF, possui projetos com potencial econômico superior a R$ 18 bilhões.