- O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou as sobretaxas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, chamando a medida de “tiro no pé”.
- Ele afirmou que a decisão prejudica o consumidor americano ao encarecer alimentos básicos.
- Haddad destacou que o Brasil está aproveitando a crise para implementar reformas tributárias significativas, incluindo a ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais.
- O ministro mencionou que mais da metade das commodities afetadas já foram redirecionadas para outros mercados e que dois terços das exportações brasileiras não foram impactadas pelas sanções.
- Ele também ressaltou a proposta de elevar a alíquota média de rendimentos de capital de 2% para 10%, visando corrigir distorções na distribuição de renda no país.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou a decisão dos Estados Unidos de impor sobretaxas sobre produtos brasileiros, especialmente commodities, chamando-a de “tiro no pé”. Em entrevista ao canal ICL no YouTube, Haddad argumentou que a medida prejudica o consumidor americano, encarecendo alimentos básicos. Ele classificou a ação como “ingerência indevida” e destacou que a guerra comercial pode ser uma oportunidade para o Brasil avançar em reformas estruturais.
Haddad mencionou que o governo brasileiro já implementou um plano de contingência via BNDES para apoiar empresas afetadas, com ações iniciadas rapidamente após o anúncio das tarifas. Ele afirmou que mais da metade das commodities impactadas já foram redirecionadas para outros mercados, e que dois terços das exportações brasileiras não foram afetadas pelas sanções. O ministro elogiou o trabalho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em realocar as exportações e garantiu que o Brasil continuará a encontrar compradores devido à qualidade de seus produtos.
Reformas Tributárias em Foco
O ministro também abordou as reformas tributárias em andamento, afirmando que o Brasil está aproveitando a crise para implementar a maior reforma tributária de sua história. Ele destacou a ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 mensais, o que deve beneficiar 20 milhões de brasileiros até o fim do mandato de Lula. Haddad acredita que essa mudança, que deve ser sancionada em outubro, representa um passo significativo na luta contra a desigualdade.
Além disso, o ministro ressaltou que a proposta de elevar a alíquota média de rendimentos de capital de 2% para 10% é uma revolução no sistema tributário. Ele enfatizou que o Brasil é um dos piores países em distribuição de renda e que as reformas visam corrigir distorções que favorecem os mais ricos. Haddad concluiu que o governo está comprometido em financiar a renúncia de receita com a taxação dos “super-ricos”, prevendo uma arrecadação de cerca de R$ 30 bilhões.