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Kenia renova sua literatura com um novo despertar político e cultural

Festival discute a produção literária em resposta às manifestações que resultaram em pelo menos 60 mortes no Quênia.

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Atividade do espaço ‘Kenia escreve’ durante o Festival de Literatura de Macondo, realizado em Nairobi (Foto: Reprodução)
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  • O Festival de Literatura Macondo ocorreu em Nairobi no último fim de semana, reunindo autores africanos e da diáspora.
  • O evento abordou o impacto das manifestações contra a reforma fiscal no Quênia, que resultaram na morte de pelo menos 60 pessoas.
  • O escritor e editor Keith Ang’ana destacou o aumento na produção de ensaios e ficções sobre política e governança.
  • Mshai Mwangola e Natsaha Muhanji discutiram a importância de contar histórias que transmitam esperança, além de refletir sobre a realidade política.
  • O festival também promoveu a troca de experiências entre autores de diferentes regiões, fortalecendo a comunidade literária africana.

O Festival de Literatura Macondo ocorreu em Nairobi no último fim de semana, reunindo autores africanos e da diáspora. O evento, que já é um marco na literatura, focou no impacto das recentes manifestações contra a reforma fiscal no Quênia, que resultaram na morte de manifestantes e um crescente despertar político na literatura local.

Durante as manifestações de junho de 2024, pelo menos 60 pessoas perderam a vida, em um dos episódios mais violentos da história recente do país. Keith Ang’ana, escritor e editor keniano, destacou que esse contexto gerou um aumento significativo na produção de ensaios e ficções que abordam política e governança. O festival promoveu debates e leituras, refletindo sobre como a literatura se torna uma ferramenta de resistência.

O evento também serviu como um espaço para discutir as necessidades da cena literária local. Ang’ana, cofundador do coletivo Qwani, que reúne cerca de 10.000 membros, enfatizou a importância de dar voz a novos autores que enfrentam rejeições constantes nas publicações locais. O coletivo homenageia a editora Kwani, que foi fundamental para a literatura keniana.

Reflexões sobre a Literatura e a Esperança

Mshai Mwangola, acadêmica e ativista, analisou a influência da mídia nas narrativas sobre o Quênia, ressaltando a necessidade de abordar temas que vão além da tragédia. Natsaha Muhanji, jovem escritora, concordou que a literatura deve refletir o despertar político, mas também enfatizou a urgência de contar histórias que transmitam esperança. Seu livro, *Love made in Africa*, busca apresentar uma visão positiva do amor nas culturas africanas.

O festival também promoveu a troca de experiências entre autores de diferentes regiões. Yewande Omotoso, novelista sul-africana, e Yamen Manaï, escritor tunisiano, discutiram a importância da imaginação na narrativa africana. A interação entre escritores de diversas origens fortalece a ideia de que as lutas são universais, criando um senso de comunidade e apoio.

O Macondo não é apenas um festival literário, mas um espaço de resistência e construção de futuros, onde as vozes africanas se conectam e se fortalecem em um cenário global.

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