- Um estudo do Conselho Europeu de Relações Exteriores revela que o trumpismo declarou uma guerra cultural à Europa, com apoio de líderes como Viktor Orbán e Giorgia Meloni.
- O relatório destaca que a relação entre os Estados Unidos e a União Europeia está se tornando problemática, especialmente após a Conferência de Segurança de Munique.
- O autor do estudo, Pawel Zerka, afirma que a administração de Donald Trump busca explorar as fraquezas da União Europeia, levando-a a um estado de “vasallagem”.
- O estudo aponta uma dependência excessiva da União Europeia em relação aos Estados Unidos, especialmente em defesa e tecnologia.
- Zerka sugere que os líderes europeus devem se afastar da estratégia de apaziguar os Estados Unidos e projetar uma imagem de confiança e integridade.
Um estudo do Conselho Europeu de Relações Exteriores (ECFR) revela que o trumpismo declarou uma guerra cultural à Europa, com apoio de líderes como Viktor Orbán e Giorgia Meloni. O relatório, publicado recentemente, destaca que a relação entre os Estados Unidos e a União Europeia (UE) está se tornando cada vez mais problemática, especialmente após a Conferência de Segurança de Munique, onde o vice-presidente J. D. Vance atacou os valores democráticos europeus.
O autor do estudo, Pawel Zerka, argumenta que a administração de Donald Trump busca explorar as fraquezas da UE, levando-a a um estado de “vasallagem”. O documento menciona exemplos como a pressão para aumentar o gasto em defesa e acordos comerciais que impõem tarifas sem reciprocidade. Zerka alerta que, se a liderança europeia não mudar sua abordagem, a subordinação cultural pode se intensificar.
Dependência e Autonomia
O estudo também aponta que a dependência da UE em relação aos EUA é excessiva, especialmente em áreas como defesa e tecnologia. A situação pode piorar se um sucessor de Trump, ainda mais ideologizado, assumir o poder. Zerka compara a relação transatlântica à trama do filme “O Show de Truman”, onde a Europa parece ignorar que sua agenda está sendo manipulada por interesses externos.
A pesquisa indica que, apesar das divisões internas, o sentimento de pertencimento à Europa é forte. Zerka sugere que os líderes europeus devem se afastar da estratégia de “apaziguar” os EUA e, em vez disso, projetar uma imagem de confiança e integridade. Ele destaca que a opinião pública europeia deseja resultados e que os líderes devem se apoiar nesse desejo.
O Papel dos Líderes Europeus
O relatório classifica os países da UE em diferentes grupos em relação à guerra cultural. Hungria, Itália e Eslováquia estão no “time de direção”, enquanto outros países, como França e Alemanha, enfrentam desafios internos. O caso da Espanha é notável, pois o presidente Pedro Sánchez se opõe abertamente à interferência dos EUA, mas enfrenta dificuldades para inspirar uma liderança mais forte.
Zerka conclui que, se os líderes europeus agirem de forma decisiva, a Europa pode prosperar em um mundo em transformação, em vez de se submeter a um “século de humilhação”. Ele enfatiza que há espaço para otimismo, desde que a liderança europeia se alinhe com os anseios da população.