- O governo federal anunciou a transferência da sede da Superintendência de Seguros Privados (Susep) do Rio de Janeiro para Brasília.
- A mudança gerou indignação entre os cariocas e críticas à centralização de poder.
- A transferência é vista como um golpe na estrutura econômica e política do estado, desarticulando o ecossistema securitário local.
- O dirigente da Susep, que é paulista, é acusado de favorecer interesses de grupos de São Paulo, com concursos abertos apenas para Brasília e São Paulo.
- O deputado Hugo Leal (PSD-RJ) propôs um projeto para revogar a mudança, enquanto o prefeito Eduardo Paes solicitou o reconhecimento do Rio como capital honorária.
O governo federal anunciou a transferência da sede da Superintendência de Seguros Privados (Susep) do Rio de Janeiro para Brasília, gerando indignação entre os cariocas. A mudança, que ocorre em um contexto de centralização de poder, é vista como um novo golpe na estrutura econômica e política do estado.
Historicamente, a transferência da capital para Brasília resultou no esvaziamento do Rio, que perdeu ministérios e órgãos federais. A decisão atual é criticada por desarticular o ecossistema securitário carioca e fortalecer interesses de grupos paulistas. A estratégia de transferência de órgãos não é nova; já ocorreu com instituições como Ipea e Iphan, que também mudaram suas sedes para a nova capital.
A centralização de poder em Brasília tem raízes na ditadura militar, que promoveu a saída de ministérios e a fusão da Guanabara com o antigo Estado do Rio, criando um estado ingovernável. O enfraquecimento do setor bancário carioca em favor de São Paulo é um exemplo claro dessa dinâmica, que se repete com a Susep.
O dirigente da Susep, que é paulista, está utilizando sua proximidade com o ministro da Fazenda para favorecer um grupo de advogados de São Paulo. Concursos têm sido abertos apenas para Brasília e São Paulo, excluindo o Rio de Janeiro. Essa situação reforça a ideia de que o governo federal não tem interesse em promover um desenvolvimento equilibrado entre as regiões.
Diante desse cenário, o deputado Hugo Leal (PSD-RJ) propôs um projeto de decreto legislativo para revogar a mudança da sede da Susep. A resistência à centralização é fundamental, assim como a necessidade de uma política clara que revalorize o Rio como uma segunda capital. O prefeito Eduardo Paes já solicitou que o governo reconheça o Rio como capital honorária, mas até agora, essa proposta não foi aceita.