- O presidente da Comissão de Constituição e Justiça, senador Otto Alencar, criticou deputados que se arrependeram após a aprovação da PEC da Blindagem, que anistia envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
- Alencar afirmou que os parlamentares sabiam o que estavam votando e se referiu a pedidos de desculpas nas redes sociais.
- Manifestações contra a PEC ocorreram em mais de 30 cidades no último domingo, 21, com apoio de figuras políticas.
- O governo de Luiz Inácio Lula da Silva agora depende do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para barrar a anistia.
- O PT decidiu fechar questão contra a proposta, enquanto o PDT enfrenta divisões internas sobre a orientação de voto.
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senador Otto Alencar, criticou nesta terça-feira, 23, os deputados que se mostraram arrependidos após a aprovação da PEC da Blindagem, que visa anistiar os envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Alencar afirmou que “ninguém votou sem saber no que estava votando”, referindo-se aos parlamentares que, após a votação, pediram desculpas nas redes sociais pela repercussão negativa da proposta.
As manifestações contra a PEC ocorreram em mais de 30 cidades no último domingo, 21, surpreendendo até mesmo alguns senadores. Alencar destacou que a mobilização foi significativa, com apoio de figuras como Fabiano Contarato e Veneziano Vital do Rêgo, que transmitiu ao vivo a manifestação em Pernambuco. Apesar disso, líderes partidários consideram que as manifestações não foram suficientes para barrar a tramitação da proposta.
Divisões Partidárias
A aprovação da PEC gerou divisões internas, especialmente no PT, que decidiu fechar questão contra a proposta no Senado, impondo punições a senadores que votarem a favor. O líder do governo no Senado, Jaques Wagner, também se manifestou contra a PEC. No PDT, a situação é confusa, com críticas internas após a orientação de voto favorável na Câmara, levando a uma reavaliação da posição do partido.
Parlamentares do Centrão reconheceram que a falta de planejamento foi um erro crucial na elaboração da PEC. Para alguns, a proposta poderia ter avançado se tivesse se limitado a temas como liberdade de expressão, sem associar a anistia aos eventos de janeiro.
Mobilização do Governo
Após a derrota na Câmara, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva agora depende do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para barrar a anistia. O Planalto está mobilizando apoio, inclusive de artistas, para pressionar o Congresso a recuar. A estratégia inclui reforçar que não há clima no Senado para aprovar a PEC da Blindagem ou qualquer projeto que beneficie os condenados pelos atos de 8 de janeiro, incluindo Jair Bolsonaro, que enfrenta uma condenação de 27 anos e 3 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal.