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Mortes em confrontos com policiais no Rio dobram após gratificação controversa

Gratificação por bravura resultou em aumento de mortes, com 259 vítimas sem antecedentes criminais e reabertura de investigações após casos como o de Márcio Murilo

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Policiais durante ação em uma favela (Foto: Reprodução)
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  • A “gratificação por bravura”, criada em 1995, incentivou policiais a atirarem primeiro, aumentando as mortes em confrontos, muitas vezes de inocentes.
  • A série “A cova dos Josés” revelou que 259 das 452 vítimas analisadas não tinham antecedentes criminais.
  • O caso de Márcio Murilo, morto com 12 tiros, gerou indignação e reabertura de investigações.
  • A gratificação, que oferecia aumentos salariais de até 120%, foi paga a 4.423 policiais até sua extinção em 2000.
  • A política ainda gera clamor por justiça e responsabilização em casos de violência policial.

A “gratificação por bravura”, criada em 1995, incentivou policiais a atirarem primeiro, resultando em um aumento alarmante de mortes em confrontos, muitas vezes envolvendo inocentes. A série “A cova dos Josés” revelou que 259 das 452 vítimas analisadas não tinham antecedentes criminais. O caso de Márcio Murilo, que foi morto com 12 tiros, gerou indignação e levou à reabertura de investigações.

Instituída pelo então secretário de Segurança Nilton Cerqueira, a gratificação, também chamada de “prêmio faroeste”, foi um incentivo financeiro que encobriu execuções. Durante os três anos em que esteve em vigor, o número de mortes em “autos de resistência” dobrou, passando de 16 para 35 por mês. Cerqueira orientou os policiais a atirarem primeiro, afirmando que o primeiro tiro deveria ser dado pela polícia.

A série de reportagens do EXTRA, iniciada em julho de 1999, expôs que em 74% dos casos não houve perícia e em 83% dos “confrontos” não havia testemunhas. Os corpos frequentemente apresentavam marcas de tiros à queima-roupa. Márcio Murilo, um jovem de 21 anos, foi uma das vítimas. Ele foi assassinado após ser acusado de assalto, mas não havia queixa formal contra ele. Seu caso chocou o ex-governador Anthony Garotinho, que considerou a situação um escândalo e mandou reabrir as investigações.

A gratificação, que oferecia aumentos salariais de até 120%, foi paga a 4.423 policiais até sua extinção em 2000, após a promulgação da Lei 2.323. O impacto dessa política ainda reverbera, com a sociedade clamando por justiça e responsabilização em casos de violência policial.

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