- Israel fechou indefinidamente a única passagem entre a Cisjordânia e a Jordânia, impedindo mais de dois milhões de palestinos de acessar o exterior.
- A travessia da Ponte Allenby foi fechada sem justificativa clara, após a morte de dois soldados israelenses por um atirador jordaniano.
- A Ponte Allenby é o único ponto oficial de passagem que não envolve território israelense, essencial para viagens e transporte de ajuda humanitária.
- O político palestino Mustafa Barghouti classificou a decisão como “perigosa”, destacando que muitos palestinos enfrentam dificuldades financeiras e não conseguem retornar a casa.
- O fechamento da ponte também afeta a entrada de ajuda humanitária em Gaza, com cerca de 9% da assistência passando por ali.
Israel fechou indefinidamente a única passagem entre a Cisjordânia e a Jordânia, o que impede mais de dois milhões de palestinos de acessar o exterior. A Autoridade de Aeroportos de Israel anunciou que a travessia do Ponte Allenby foi fechada a partir de quarta-feira, sem fornecer uma justificativa clara. A medida ocorre após a morte de dois soldados israelenses, que foram mortos por um atirador jordaniano próximo ao local.
A Ponte Allenby, também conhecida como Ponte Rei Hussein, é o único ponto oficial de passagem entre a Cisjordânia e a Jordânia que não envolve o território israelense. Essa travessia é crucial para os palestinos, que enfrentam restrições severas em outros pontos de entrada e saída. O fechamento da ponte afeta não apenas viagens, mas também o transporte de ajuda humanitária e suprimentos médicos.
O político palestino Mustafa Barghouti classificou a decisão como uma “medida perigosa”, afirmando que isso resulta em “prender” os palestinos na Cisjordânia. Ele destacou que muitos estão com dificuldades financeiras em Jordan e não conseguem retornar para casa, o que afeta a dinâmica familiar de centenas de milhares de pessoas.
Além disso, a ponte é um canal vital para a entrada de ajuda humanitária em Gaza, com cerca de 9% da assistência enviada para a região passando por ali. A decisão de Israel ocorre em um contexto de crescente tensão, especialmente após países como Reino Unido, França e Canadá anunciarem reconhecimento do Estado da Palestina, o que foi criticado pelo governo israelense como um “recompensa ao terrorismo”.
Desde o início do conflito com o Hamas, Israel intensificou seu controle sobre a Cisjordânia, estabelecendo novos checkpoints e realizando operações militares. A escalada de violência também inclui ataques de colonos israelenses contra palestinos, aumentando as preocupações sobre a segurança e os direitos humanos na região.
