- O Senado rejeitou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, que visava anistiar os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro de 2023.
- A decisão gerou mal-estar com a Câmara dos Deputados e acusações de quebra de acordos.
- O presidente da Câmara, Hugo Motta, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, se reuniram para tentar acalmar a situação.
- Deputados expressaram descontentamento, especialmente do Centrão, com a atuação do Senado.
- Motta anunciou que uma medida provisória sobre isenção do imposto de renda será votada na próxima semana, desvinculada da anistia.
A rejeição da PEC da Blindagem pelo Senado provocou um mal-estar significativo com a Câmara dos Deputados, levando a acusações de quebra de acordos. A proposta, que visava anistiar os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro de 2023, contava com o apoio de partidos como Republicanos, União e PP. A insatisfação entre os deputados se intensificou, com muitos sentindo-se expostos após o recuo do Senado.
Para tentar acalmar a situação, Hugo Motta, presidente da Câmara, e Davi Alcolumbre, presidente do Senado, se reuniram na noite de quarta-feira. Durante o encontro, Motta buscou minimizar o impacto da derrota, afirmando que era hora de seguir em frente. A avaliação entre os deputados do Centrão é que o Senado agiu de forma errática, desconsiderando acordos prévios.
A irritação se espalhou entre os partidos, com líderes do PP e do União expressando descontentamento em reuniões. O líder do PP, Doutor Luizinho, destacou a necessidade de uma solução negociada para evitar novas exposições. A leitura comum é que a relação entre Motta e Alcolumbre ficou arranhada, com aliados reconhecendo a disputa por protagonismo entre as casas.
Desdobramentos e Reações
A rejeição da PEC foi vista como uma provocação, especialmente por ter ocorrido sem esperar o fim da semana legislativa. A insatisfação se manifestou em diversas reuniões, onde deputados reclamaram da falta de alinhamento. O presidente do Republicanos, Marcos Pereira, preferiu não comentar a derrota, enquanto Motta já se preparava para pautar uma medida provisória de apelo popular.
A proposta que amplia a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil será votada na próxima semana, segundo Motta. Ele garantiu que a votação não está vinculada a outras pautas, como a anistia. O líder do MDB, Isnaldo Bulhões, também reforçou a importância de pautas que atendam aos interesses da sociedade, destacando a votação da MP dos Mais Especialistas.
A situação evidencia a fragilidade das relações entre Câmara e Senado, com a necessidade de um entendimento mais sólido para evitar desgastes futuros em pautas sensíveis.