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Entidades criticam veto de Lula à Ficha Limpa

Entidades de combate à corrupção criticam veto de Lula à Lei da Ficha Limpa.

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Veto parcial de Lula à Ficha Limpa é visto por MCCE e Inac como ameaça à moralidade eleitoral, abrindo caminho para políticos barrados voltarem - Foto: Fabio Rordrigues/ Agência Brasil
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  • O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou pontos do projeto que altera a Lei da Ficha Limpa, permitindo o retorno de políticos cassados ou condenados à vida pública.
  • Entidades como o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e o Instituto Não Aceito Corrupção (INAC) criticaram o veto, argumentando que ele fragiliza a moralidade eleitoral.
  • Essas entidades planejam pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) que declare a lei inconstitucional.
  • A nova Lei Complementar nº 219 unifica a contagem do prazo de oito anos de inelegibilidade previsto na Lei da Ficha Limpa, reduzindo na prática o tempo de afastamento das urnas.
  • O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, que ficou preso durante a Lava Jato e foi cassado em 2016, pode tentar voltar à vida política.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou alguns pontos do projeto que altera a Lei da Ficha Limpa, permitindo o retorno de políticos cassados ou condenados à vida pública. Entidades como o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e o Instituto Não Aceito Corrupção (INAC) criticaram o veto, argumentando que ele fragiliza a moralidade eleitoral. Essas entidades planejam pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) que declare a lei inconstitucional.

O veto presidencial ao projeto que altera a Lei da Ficha Limpa pode abrir caminho para que políticos cassados ou condenados tentem voltar à vida pública. A Lei Complementar nº 219 foi sancionada com veto a alguns pontos do projeto aprovado no Congresso Nacional. Para o MCCE, o veto é “irrelevante” e ameaça a aplicação da Lei da Ficha Limpa. “Essa alteração fragiliza a moralidade eleitoral e abre caminho para o retorno de políticos condenados às disputas, inclusive com o risco de maior influência de grupos ligados ao crime organizado”, diz a nota.

O Instituto Não Aceito Corrupção (Inac) afirmou que, ao passar alterações que “desfiguram o coração” da lei, “legisla-se em causa própria visando abreviar o retorno à vida política dos violadores da lei”. Segundo o instituto, trata-se de “verdadeiro ato de abuso do poder de legislar, a exemplo da PEC da Blindagem”. O comunicado lembra que a lei foi fruto de mobilização popular e menciona que a aprovação da mudança ocorre pouco tempo depois das manifestações contra a PEC da Blindagem. “Ato de desrespeito e escárnio ao povo”, diz.

A nova Lei Complementar nº 219 unifica a contagem do prazo de oito anos de inelegibilidade previsto na Lei da Ficha Limpa, reduzindo na prática o tempo de afastamento das urnas. Além disso, o período máximo de inelegibilidade é fixado em 12 anos, mesmo em caso de múltiplas condenações. Se antes um deputado, senador, prefeito, governador ou vereador cassado pelos pares ficava inelegível pelo resto daquele mandato e mais oito anos seguintes, fica agora impedido apenas pelo prazo de oito anos, sem considerar o período que falta para que o mandato termine.

Em seu veto, Lula barrou trecho que previa a aplicação retroativa da norma, o que beneficiaria de forma imediata quem já foi condenado. Mesmo assim, a avaliação é que o novo formato pode gerar disputas na Justiça. O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, por exemplo, pode tentar voltar ao cenário político. Ele ficou preso durante a Lava Jato e foi cassado em 2016, mas, pelas novas regras de contagem, já ficou inelegível por oito anos.

Tanto o MCCE como o INAC mencionam que vão pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) que declare a lei inconstitucional. Na terça-feira, o Partido Rede Sustentabilidade protocolou uma ação no Supremo pedindo a suspensão das alterações na Lei da Ficha Limpa.

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