- A CGU apresentou à CPMI documentos que indicam omissão de José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, na diretoria do Sindnapi, alegando que a manobra visava viabilizar parcerias com o INSS; Frei Chico é vice‑presidente do sindicato.
- A CGU informou que, em dois mil e vinte e três, o Sindnapi solicitou um Acordo de Cooperação Técnica para descontos automáticos na folha dos aposentados, alegando cumprir uma lei que proíbe parentes de autoridades públicas na diretoria.
- O presidente da CPMI, Carlos Viana, disse que a convocação de Frei Chico será votada; o relator Alfredo Gaspar criticou a proteção legal que impediu a oitiva até o momento.
- A Polícia Federal avança na nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga fraudes na inserção de dados em sistemas oficiais; a operação ocorre em vários estados e já resultou na apreensão de veículos de luxo e dinheiro vivo.
- Dados da CGU apontam que, em dez anos, o Sindnapi arrecadou cerca de R$ 600 milhões, com crescimento a partir de dois mil e vinte e um; 76,9% dos aposentados consultados disseram não conhecer o sindicato ou não ter autorizado os descontos. Também há relatos de rede de empresas ligadas ao Sindnapi com contratos milionários sem licitação.
O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi) está no centro de uma nova polêmica após a Controladoria-Geral da União (CGU) apresentar documentos que indicam a omissão da presença de José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, na diretoria da entidade. Segundo a CGU, essa omissão teria sido uma estratégia para viabilizar parcerias com o INSS. Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ocupa o cargo de vice-presidente do sindicato.
A CGU revelou que o Sindnapi solicitou em 2023 um Acordo de Cooperação Técnica para descontos automáticos na folha de pagamento dos aposentados, alegando que cumpria a legislação que proíbe a presença de parentes de autoridades públicas em sua diretoria. A denúncia foi apresentada durante a CPMI do INSS, onde o presidente do Sindnapi, Milton Baptista de Souza Filho, se manteve em silêncio ao ser questionado sobre as irregularidades.
Convocação de Frei Chico
Em resposta às novas informações, o presidente da CPMI, Carlos Viana, anunciou que a convocação de Frei Chico será votada. Viana destacou a urgência da convocação, afirmando que é necessário esclarecer a participação do irmão do presidente nas decisões do sindicato. O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar, criticou a proteção legal que impediu a convocação até agora, considerando a situação como um “precedente perigoso”.
As investigações também revelam que o Sindnapi está sendo alvo de uma nova fase da Operação Sem Desconto da Polícia Federal, que investiga fraudes na inserção de dados em sistemas oficiais. A operação, que ocorre em vários estados, busca documentos e bens relacionados ao esquema de descontos indevidos, e já resultou na apreensão de veículos de luxo e dinheiro vivo.
Irregularidades e Fraudes
Dados da CGU apontam que, em dez anos, o Sindnapi arrecadou cerca de 600 milhões de reais, com um crescimento significativo nas receitas a partir de 2021. O relator da CPMI classificou as irregularidades como o maior roubo de aposentados da história do Brasil, destacando que 76,9% dos aposentados entrevistados afirmaram não ter conhecimento sobre o sindicato ou ter autorizado os descontos em seus benefícios.
As denúncias incluem ainda a suposta existência de uma rede de empresas ligadas ao Sindnapi que teriam se beneficiado de contratos milionários sem licitação, além de relatos de associados que se tornaram membros do sindicato sem o seu consentimento. A situação gera uma série de críticas em relação à gestão do sindicato e à relação de seus dirigentes com autoridades do governo.