- O procurador-geral da República, Paulo Gonet, foi reconduzido por Lula para um novo mandato de dois anos e precisa de nova sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado; leitura do relatório fica para 5 de novembro e votação para 12 de novembro.
- A oposição promete endurecer o escrutínio, transformando a sabatina em teste político; o líder do PL no Senado, Carlos Portinho, votará contra, alegando comprometimento da autonomia do Ministério Público Federal.
- A senadora Damares Alves também se posicionou contra, criticando decisões de Gonet, especialmente em processos envolvendo Jair Bolsonaro; o senador Eduardo Girão afirmou ter apresentado pedido de impeachment.
- O governo não tem maioria garantida no Senado; são necessários pelo menos 41 votos, o que exige negociação com o Centrão para viabilizar a aprovação.
- O adiamento para novembro é visto como estratégia para evitar desgaste imediato e liberar tempo para outras pautas, mas a sabatina pode servir como termômetro da articulação política no Senado.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, foi reconduzido por Luiz Inácio Lula da Silva para um novo mandato de dois anos, mas sua continuidade no cargo depende de uma nova sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A sessão está agendada para 12 de novembro, com a leitura do relatório prevista para 5 de novembro. A oposição já se articula para transformar a sabatina em um verdadeiro embate político.
A oposição ao governo promete um escrutínio rigoroso, com o líder do PL no Senado, Carlos Portinho, manifestando voto contrário, alegando que Gonet comprometeu a autonomia do Ministério Público Federal (MPF). A senadora Damares Alves também se posicionou contra, expressando descontentamento com as decisões do procurador, especialmente relacionadas a processos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. O senador Eduardo Girão criticou a atuação de Gonet, afirmando ter apresentado um pedido de impeachment contra ele.
Contexto da Sabatina
A sabatina de Gonet ocorre em um cenário político tenso, onde o governo Lula não possui uma maioria garantida no Senado. O cientista político Elias Tavares observa que o governo precisará negociar com o Centrão para garantir a aprovação de Gonet, que precisa do apoio de pelo menos 41 senadores. A proximidade do procurador com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) também levanta questionamentos sobre sua independência, o que deve ser um ponto de debate durante a sabatina.
O adiamento da sabatina para novembro é visto como uma estratégia do governo para evitar desgaste imediato, permitindo que outras pautas prioritárias sejam discutidas antes. A expectativa é que a sessão não seja apenas um rito formal, mas um termômetro das forças políticas no Senado, refletindo a capacidade do governo de articular apoio em um ambiente fragmentado.
Com a data da sabatina definida, as articulações políticas se intensificam, e o resultado pode influenciar diretamente a dinâmica de poder na República nos próximos anos.