- A destituição da presidente Dina Boluarte ocorreu na madrugada de 12 de outubro de 2025 pelo Congresso, com 122 dos 130 deputados, que alegaram incapacidade de conter a violência nas ruas; José Jerí, presidente do Congresso, assumiu como oitavo presidente em dez anos.
- Cinco ex-presidentes estão encarcerados na prisão de Barbadillo, evidenciando corrupção e impunidade; o sociólogo Fernando Tuesta destaca o declínio da qualidade da democracia e o desprestígio do Congresso.
- A esquerda está fragmentada e o partido Fuerza Popular, de Keiko Fujimori, permanece relevante; a historiadora Natalia Sobrevilla aponta falta de candidatos preparados e ascensão de figuras sem convicções como sinais de um sistema deteriorado.
- A população apresenta altos índices de desconfiança, levando pessoas honestas a se afastarem da política; a ex-ministra Flor Pablo alerta sobre um vácuo preenchido por indivíduos corruptos e descreve o cenário como ditadura parlamentar, com o Congresso dominando o governo.
- Mesmo diante do caos político, a economia peruana é vista como locomotiva da região, com a moeda mais estável da América Latina; o presidente do Banco Central, Julio Velarde, é reconhecido pela gestão, contrastando com a instabilidade política.
A instabilidade política no Peru atingiu um novo patamar com a destituição da presidente Dina Boluarte pelo Congresso, ocorrida na madrugada de 12 de outubro de 2025. José Jerí, presidente do Congresso, assumiu como o oitavo presidente em apenas dez anos, um reflexo da crise de confiança que permeia a política do país. A votação que resultou na destituição de Boluarte contou com 122 dos 130 deputados, que alegaram a incapacidade da presidente em conter a violência nas ruas.
A situação política no Peru é marcada por um histórico de corrupção e impunidade. Cinco ex-presidentes estão encarcerados na prisão de Barbadillo, um espaço exclusivo para governantes, evidenciando a degradação da classe política. Fernando Tuesta, sociólogo, destaca que a qualidade da democracia no país está em declínio, com um Congresso cada vez mais desprestigiado e composto por representantes de baixa formação política.
A fragmentação da esquerda e a permanência do partido Fuerza Popular, de Keiko Fujimori, são características de um cenário político em colapso. A historiadora Natalia Sobrevilla aponta que a falta de candidatos preparados e a ascensão de figuras sem convicções políticas são sintomas de um sistema deteriorado. A política, que deveria ser um espaço de serviço público, tornou-se um território dominado por interesses pessoais e corrupção.
Desconfiança e Desinteresse
Os altos níveis de desconfiança da população em relação aos políticos têm levado pessoas honestas a se afastarem da política. A ex-ministra Flor Pablo alerta que essa situação cria um vácuo que é preenchido por indivíduos corruptos. O atual ambiente político é descrito como uma “ditadura parlamentar”, onde o Congresso tem controle excessivo sobre o governo, minando a autonomia e a democracia.
Apesar desse cenário caótico, a economia peruana continua a ser vista como uma “locomotiva” na região, mantendo a moeda mais estável da América Latina. O presidente do Banco Central, Julio Velarde, é reconhecido por sua gestão eficaz, contrastando com a volatilidade política que caracteriza o país. A dualidade entre uma economia robusta e uma política fragilizada levanta questões sobre o futuro do Peru e a necessidade urgente de uma reforma política.