- O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, atua como aliado do governo de Luiz Inácio Lula da Silva desde o início do mandato, barrando propostas da oposição e funcionando como filtro entre Executivo e oposição; a derrota da Medida Provisória da Taxação evidenciou fragilidade da base governista.
- A oposição enfrenta dificuldades com temas como anistia e imunidade para parlamentares, enquanto o PSD, liderado por Gilberto Kassab, tornou-se peça-chave na negociação; Alcolumbre mantém resistência para preservar seu mandato e influência.
- A aliança entre Alcolumbre e Lula envolve troca de favores: o Senado aprova matérias em troca de contrapartidas, como nomeações; especialistas veem relação benéfica, porém limitada por bases programáticas, com foco em autoproteção do presidente do Senado.
- Com a proximidade das eleições, há expectativa de que Alcolumbre possa ceder em pontos da pauta, como a anistia; o senador Flávio Bolsonaro afirmou que a pauta pode avançar no Senado quando chegar a oportunidade.
- O cenário futuro depende das composições de dois mil e vinte e seis, quando dois terços das cadeiras estarão em disputa; a possibilidade de maioria conservadora pode alterar o equilíbrio de poder e exigir maior habilidade de negociação para manter influência no Congresso.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, tem se consolidado como um importante aliado do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, atuando como um filtro entre o Executivo e a oposição. Desde o início de seu novo mandato, em fevereiro, Alcolumbre tem barrado propostas da oposição, incluindo tentativas de anistia e de imunidade para parlamentares. Sua influência se tornou evidente após a derrota da Medida Provisória da Taxação, que expôs a fragilidade da base governista na Câmara.
Recentemente, a oposição enfrentou novos desafios, com a proposta de anistia sendo um tema central nas negociações. O PSD, liderado por Gilberto Kassab, tornou-se crucial nesse cenário, buscando apoio para a aprovação de medidas que favoreçam a oposição. Alcolumbre, no entanto, mantém uma postura de resistência, priorizando sua influência e a preservação de seu mandato, enquanto avalia os impactos eleitorais de suas decisões.
Aliança Estratégica
A parceria entre Alcolumbre e Lula é baseada em uma troca de favores, onde o presidente do Senado garante ao governo a aprovação de matérias em troca de contrapartidas, como nomeações para cargos importantes. Especialistas apontam que essa aliança, embora benéfica para ambos, é limitada e não se sustenta em bases programáticas sólidas. O cientista político Elton Gomes destaca que Alcolumbre age por autoproteção, especialmente em relação a processos que podem afetá-lo no STF.
A relação entre Alcolumbre e a oposição também se complica com a proximidade das eleições. A expectativa é que, com o desenrolar das negociações e a necessidade de manter a presidência do Senado, Alcolumbre possa ceder em alguns pontos, como a pauta da anistia. O senador Flávio Bolsonaro acredita que o presidente do Senado pode pautar a anistia quando a proposta chegar ao Senado, refletindo as tensões e negociações em curso.
Desafios e Perspectivas
A oposição continua a pressionar Alcolumbre, apontando sua influência em comissões e sua proteção ao governo. A CPMI do INSS, por exemplo, foi um espaço onde a oposição tentou expor irregularidades, mas encontrou resistência. A relação de Alcolumbre com o PSD e sua capacidade de negociação são fundamentais para a continuidade das pautas no Senado, especialmente em um cenário político cada vez mais polarizado.
O futuro de Alcolumbre no Senado dependerá das composições eleitorais de 2026, quando dois terços das cadeiras estarão em disputa. A possibilidade de uma maioria conservadora pode alterar o equilíbrio de poder, tornando crucial a habilidade de Alcolumbre em negociar e manter sua posição de influência no Congresso.