- O primeiro-ministro Sébastien Lecornu anunciou a suspensão da reforma das pensões de 2023, que elevava a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos, até depois das eleições de 2027, para conquistar apoio de deputados socialistas e evitar voto de desconfiança.
- A medida vale até o fim das eleições presidenciais de 2027; Lecornu foi reconduzido após breve renúncia e o parlamento permanece fragmentado, sem maioria de nenhum partido.
- Lecornu afirmou que não haverá aumento na idade de aposentadoria até janeiro de 2028.
- O ministro das Finanças, Roland Lescure, informou que a suspensão pode custar bilhões até 2027-2028, com estimativa de 400 milhões de euros em 2026 e 1,8 bilhão de euros em 2027, beneficiando cerca de 3,5 milhões de pessoas.
- Para compensar os custos, pode haver cortes de gastos em outras áreas; o cenário político envolve três blocos no parlamento (esquerda, extrema-direita e aliados centristas) e a França busca reduzir o déficit abaixo de cinco por cento do PIB, diante de uma dívida/PIB próxima de duas vezes o limite da União Europeia, com 5,8% do PIB no ano anterior.
O primeiro-ministro da França, Sébastien Lecornu, anunciou a suspensão da reforma das pensões de 2023, que previa a elevação da idade de aposentadoria de 62 para 64 anos. A decisão foi tomada em meio a um clima de incerteza política, com o objetivo de conquistar o apoio de deputados socialistas e evitar uma votação de desconfiança que poderia resultar em sua saída do cargo.
A proposta de suspensão será válida até o final das eleições presidenciais de 2027. Lecornu, que foi reempossado após uma breve renúncia, enfrenta dificuldades para aprovar um orçamento de austeridade em um parlamento fragmentado, onde nenhum partido possui maioria. O primeiro-ministro declarou no parlamento que não haverá aumento na idade de aposentadoria até janeiro de 2028.
Impactos Financeiros
A suspensão da reforma, considerada uma das principais legados econômicos do presidente Emmanuel Macron, acarretará custos significativos. O ministro das Finanças, Roland Lescure, alertou que a medida poderá custar bilhões até 2027-2028. Estima-se que a suspensão custará 400 milhões de euros em 2026 e 1,8 bilhão de euros no ano seguinte, beneficiando cerca de 3,5 milhões de pessoas.
Lecornu destacou que a suspensão precisará ser compensada financeiramente, possivelmente através de cortes de gastos em outras áreas. O cenário atual é de uma crise política severa, com Macron lidando com um parlamento dividido em três blocos: esquerda, extrema-direita e seus aliados centristas.
Desafios Futuros
O primeiro-ministro também se reuniu com seu gabinete para discutir o orçamento de 2026, que deve ser aprovado até o final do ano. O principal objetivo é reduzir o déficit abaixo de 5% do PIB, um passo essencial para garantir a soberania econômica do país. A França enfrenta uma relação dívida/PIB quase duas vezes maior que o limite de 60% estabelecido pelas regras da União Europeia, com um déficit de 5,8% do PIB registrado no ano passado.
