- França enfrenta crise política com a reforma das pensões no centro; o governo suspendeu a reforma até 2028 para evitar a queda do governo.
- O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro Sébastien Lecornu durante a declaração de política geral, que também destacou o aumento do poder do Parlamento e a abertura para debate com políticas e sindicatos.
- Existem duas moções de censura em discussão na Assembleia Nacional; o RN apoia a moção da oposição, o que pode acelerar a queda do governo em poucos dias, enquanto o LR orienta não apoiá-la para evitar dissolução e a falta de orçamento.
- Economista Gabriel Zucman criticou o orçamento, dizendo que favorece os mais ricos; Olivier Faure, líder do Partido Socialista, também expressou preocupações sobre a equidade fiscal.
- A ameaça de eleições legislativas surge se a moção for aprovada; o governo busca estabilizar a situação e evitar um colapso total, com a extrema-direita como fator de preocupação.
França enfrenta um momento crítico em sua política interna, com a reforma das pensões no centro das atenções. O primeiro-ministro Sébastien Lecornu anunciou a suspensão da reforma até 2028, uma medida que visa evitar a queda de seu governo. A decisão surge em meio a crescentes tensões, com duas mocões de censura sendo discutidas na Assembleia Nacional.
Lecornu fez o anúncio durante sua declaração de política geral, onde também se comprometeu a dar mais poder ao Parlamento. “Estamos dispostos a um debate que pedia forças políticas e sindicatos legítimos”, afirmou. A suspensão da reforma foi recebida com aplausos pelos socialistas, que temiam apoiar a moção de censura caso a proposta continuasse.
Crise Política
A situação é delicada, pois a aprovação de uma moção de censura poderia resultar em novas eleições legislativas. O Reagrupamento Nacional (RN) já sinalizou apoio à moção apresentada pela esquerda, o que poderia levar à queda do governo em apenas quatro dias após sua formação. A possibilidade de uma vitória da extrema-direita nas eleições é um fator preocupante.
O líder dos deputados do partido Os Republicanos (LR), Laurent Wauquiez, instruiu sua bancada a não apoiar a moção de censura, ressaltando que a queda do governo resultaria em uma dissolução e na ausência de um novo orçamento. O clima de incerteza persiste, enquanto o governo tenta estabilizar a situação política e evitar um colapso total.
Reações e Implicações
O economista Gabriel Zucman criticou o projeto de orçamento do governo, argumentando que ele favorece os ricos em detrimento das classes sociais mais baixas. O primeiro secretário do Partido Socialista, Olivier Faure, também expressou preocupações sobre a equidade fiscal. A tensão continua a crescer à medida que o governo de Lecornu tenta navegar por um cenário político complexo e volátil.