- Estudantes da Sérvia discutem participação nas eleições após protestos que se intensificaram desde o desabamento do toldo da estação de Novi Sad, que deixou 16 mortos em novembro de 2024.
- Em uma marcha de 16 dias de Novi Pazar a Novi Sad, jovens expressam insatisfação; Inas Hodžić pediu justiça para as vítimas do colapso.
- O debate envolve manter a recusa institucional ou formar uma lista estudantil; há apoio a eleições entre alguns grupos e receio de cooptar o movimento em outros.
- A divisão entre estudantes é clara: Branislav Manojlović defende participação eleitoral para “resetar” o sistema, enquanto Siniša Cvetić alerta que isso pode diluir o movimento e defende democracia direta e conexão com trabalhadores e agricultores; recente resolução do Parlamento Europeu criticando o governo de Vučić aumenta tensões, com relatos de detenções e violência policial.
- Mesmo diante das divergências, o movimento é visto como responsável por despertar consciência cívica; participação eleitoral não é vista como única solução, enquanto o governo acusa os protests de tentarem desestabilizar o país e a situação permanece incerta.
Estudantes da Sérvia estão em meio a um intenso debate sobre sua participação nas eleições, após uma série de protestos que se intensificaram desde o desabamento do toldo da estação de Novi Sad, que resultou em 16 mortes em novembro de 2024. A tragédia expôs a corrupção e a negligência do governo de Aleksandar Vučić, levando a uma mobilização juvenil sem precedentes.
Durante uma marcha de 16 dias de Novi Pazar a Novi Sad, os estudantes expressam sua insatisfação com o sistema político atual. Inas Hodžić, um dos participantes, afirmou que a nova administração deve trazer justiça para as vítimas do colapso. A pressão por eleições antecipadas cresce, com alguns grupos defendendo a criação de uma lista eleitoral estudantil, enquanto outros temem que isso comprometa os ideais do movimento.
Divisão entre os Estudantes
A divisão entre os estudantes é evidente. Enquanto alguns, como Branislav Manojlović, apoiam a participação nas eleições como forma de “resetar” o sistema, outros, como Siniša Cvetić, alertam que isso poderia diluir a essência do movimento. Cvetić argumenta que o foco deve ser no desenvolvimento de estruturas de democracia direta e na conexão com outros setores da sociedade, como trabalhadores e agricultores.
A recente aprovação de uma resolução pelo Parlamento Europeu criticando o governo de Vučić trouxe novas tensões, com alguns estudantes vendo isso como uma tentativa de cooptar o movimento. A repressão também aumentou, com relatos de detenções e brutalidade policial contra manifestantes.
O Futuro do Movimento
Apesar das divisões, há um consenso sobre as conquistas do movimento estudantil, que despertou uma nova consciência cívica na sociedade sérvia. Os estudantes prometem continuar a luta por uma sociedade mais justa, enfatizando que a participação nas eleições não é a única solução. O governo, por sua vez, desdenha dos protestos, acusando-os de serem parte de uma campanha para desestabilizar o país.
A situação continua a evoluir, com os estudantes decidindo seu próximo passo em um cenário político desafiador. O movimento, que começou como um grito contra a corrupção, agora enfrenta a complexidade de se inserir em um sistema que muitos desejam reformar, mas que também temem que possa absorver suas energias e ideais.