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Governo de São Paulo vende terras públicas por apenas 10% do valor

Governo Tarcísio de Freitas vende terras públicas griladas com descontos de até 90%, mirando 1,6 bilhão de reais; proposta do MDA poderia chegar a 7,6 bilhões

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Tarcísio de Freitas. Foto: Pablo Jacob /Governo do Estado de SP
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  • O governo de São Paulo, sob Tarcísio de Freitas (Republicanos), promove a venda de terras públicas griladas com descontos de até 90%, esperando arrecadar cerca de R$ 1,6 bilhão; a proposta do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) pode elevar esse valor a até R$ 7,6 bilhões se as terras forem usadas para reforma agrária.
  • Desde 2017, o estado discute reformas agrárias que envolvem pagamento de dívidas com a União; documentos mostram que o governo paulista não respondeu a propostas formais do MDA, que ofertou pagar 100% do valor de mercado das áreas para assentamentos.
  • O preço médio usado pelo governo paulista é de R$ 2,5 mil por hectare, bem abaixo do valor mínimo de mercado, que é de R$ 33,4 mil por hectare.
  • As tratativas entre o MDA e o governo de São Paulo começaram em novembro de 2023, com reuniões e ofícios ao governador; não houve envio da lista de imóveis rurais solicitada, o que dificultou avanços, e o MDA propôs abater parte da dívida da União, que supera R$ 340 bilhões.
  • Críticos ressaltam riscos legais e ambientais, apontando que a lei de venda com desconto, aprovada em 2022 e prorrogada até 2026, pode legitimar grilagem; o Ministério Público Federal é contra a lei, e a Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a norma aguarda julgamento no Supremo Tribunal Federal; há também preocupações de conflito de interesse envolvendo o secretário de Agricultura, Guilherme Piai.

O governo de São Paulo, liderado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), está promovendo a venda de terras públicas griladas com descontos que chegam a 90%, visando aumentar a arrecadação do estado. A expectativa é de que a venda gere cerca de 1,6 bilhão de reais, mas a proposta do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) poderia elevar esse valor para até 7,6 bilhões de reais se as terras fossem destinadas à reforma agrária.

Desde 2017, o governo paulista discute propostas de reforma agrária que incluem o pagamento de dívidas com a União. No entanto, documentos revelam que o governo de São Paulo não respondeu a propostas formais do MDA, que ofereceu pagar 100% do valor de mercado das áreas para transformá-las em assentamentos. O preço médio aplicado pelo governo paulista é de 2,5 mil reais por hectare, enquanto o valor mínimo no mercado é de 33,4 mil reais.

Negociações e Propostas Ignoradas

As tratativas entre o MDA e o governo paulista começaram a ser formalizadas em novembro de 2023, com várias reuniões e ofícios enviados ao governador. Apesar do interesse demonstrado, o governo não enviou a lista de imóveis rurais solicitada, dificultando o avanço das negociações. O MDA propôs que as terras fossem utilizadas para abater parte da dívida do estado com a União, que supera 340 bilhões de reais.

A falta de resposta do governo Tarcísio tem gerado críticas, especialmente considerando que as terras em questão estão localizadas em regiões com altos índices de conflitos agrários. O Pontal do Paranapanema, onde muitas dessas terras estão localizadas, é uma área marcada pela grilagem e pela pressão imobiliária. A proposta do MDA poderia beneficiar mais de 11,2 mil famílias que atualmente vivem em acampamentos.

Riscos e Implicações Legais

A lei que permite a venda das terras com desconto foi aprovada em 2022 e prorrogada até 2026. Críticos afirmam que essa medida legitima a grilagem e favorece latifundiários. O Ministério Público Federal já se posicionou contra a lei, alegando que a Constituição confere à União a prerrogativa sobre terras devolutas, e que a norma paulista pode causar danos ambientais irreversíveis.

Além disso, o secretário de Agricultura, Guilherme Piai, tem relações com o setor imobiliário e é proprietário de terras na região, o que levanta preocupações sobre conflitos de interesse nas negociações. A situação permanece indefinida, com a Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a lei aguardando julgamento no Supremo Tribunal Federal.

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