- Duduzile Zuma-Sambudla iniciou julgamento em Durban, sendo acusada de incitar terrorismo e violência pública por meio de postagens nas redes sociais.
- A acusação afirma que 164 grupos de WhatsApp foram criados para organizar saques ocorridos em julho de 2021, após a prisão de Jacob Zuma; mais de 350 pessoas morreram nos distúrbios em Gauteng e KwaZulu-Natal.
- Zuma-Sambudla negou as acusações, usou camiseta com a frase “Modern Day Terrorist” e contou com o apoio do pai no tribunal.
- O caso é inédito por basear acusações de terrorismo em postagens online; os promotores dizem que as mensagens foram usadas para coordenar violência.
- A defesa sustenta que as postagens foram reações a eventos em curso, enquanto representantes da Jacob Zuma Foundation criticam a acusação como perseguição política; o desfecho pode impactar a política sul-africana e o debate sobre liberdade de expressão nas redes.
Duduzile Zuma-Sambudla, filha do ex-presidente sul-africano Jacob Zuma, iniciou seu julgamento em Durban, acusada de incitar terrorismo e violência pública. A acusação alega que ela usou redes sociais para coordenar os saques que ocorreram em julho de 2021, após a prisão de seu pai. Naquele período, mais de 350 pessoas perderam a vida em distúrbios que devastaram as províncias de Gauteng e KwaZulu-Natal.
O caso é inédito, pois envolve acusações de terrorismo baseadas em postagens em redes sociais. Os promotores afirmam que 164 grupos de WhatsApp foram criados para organizar os atos violentos. Durante a audiência, Zuma-Sambudla negou as acusações e usou uma camiseta com a frase “Modern Day Terrorist”, uma provocação às alegações contra ela. Seu pai compareceu ao tribunal para apoiá-la, reforçando seu vínculo político.
Contexto dos Distúrbios
Os tumultos de 2021 começaram após Jacob Zuma se entregar à polícia para cumprir uma pena de 15 meses por desacato à justiça. A situação se agravou rapidamente, resultando em um dos piores episódios de desordem civil desde o fim do apartheid. A defesa de Zuma-Sambudla argumenta que suas postagens eram reações a eventos já em andamento, e não incitações à violência.
Mzwanele Manyi, representante da Jacob Zuma Foundation, criticou as acusações, afirmando que o caso representa uma perseguição política à família Zuma. A defesa alega que as instituições estatais têm sido utilizadas para desmantelar a imagem de Jacob Zuma e de seus aliados. O desfecho do julgamento pode ter repercussões significativas na política sul-africana e na percepção pública sobre a liberdade de expressão nas redes sociais.