- O programa de refeições escolares gratuito da Indonésia, lançado pelo presidente Prabowo Subianto, destina-se a combater a desnutrição de milhões de crianças e atende 39 milhões de estudantes, mas relatos de má qualidade alimentam críticas à regulação e à transparência.
- Desde janeiro, mais de 6.500 casos de intoxicação alimentar foram confirmados; o governo suspendeu temporariamente 132 cozinhas e retraiu 27 para requalificação.
- Críticos apontam supervisão fraca e rapidez na implantação; mães promovem protestos e questionam a responsabilidade do governo, com debates sobre possível uso político do programa.
- Diah Saminarsih, fundadora do Centro para Iniciativas de Desenvolvimento Estratégico da Indonésia, disse que o projeto foi apressado e carece de arcabouço regulatório forte, citando o valor de £15,2 bilhões como exemplo.
- O governo admite falhas e afirma trabalhar para melhorar a qualidade das refeições; Fatwa, representante do programa, informou que o número oficial de casos é menor que o observado por ONGs, enquanto especialistas consideram as medidas tardias.
O programa de refeições escolares gratuito da Indonésia, lançado pelo presidente Prabowo Subianto, visa combater a desnutrição entre milhões de crianças. No entanto, problemas graves de qualidade têm gerado preocupações. Relatos de infestação de larvas em tempeh, vidro em arroz e uso de água suja para lavar utensílios foram amplamente divulgados, levantando questões sobre a regulação e a transparência do programa.
Desde o início do programa, em janeiro, mais de 6.500 casos de intoxicação alimentar foram confirmados, levando o governo a suspender temporariamente 132 cozinhas e a requalificar 27 delas. O programa, que atende atualmente 39 milhões de estudantes, é criticado pela falta de supervisão e pela rapidez com que foi implementado. Especialistas alertam que a segurança das crianças está em risco devido à má gestão.
Críticas e Consequências
A fundadora do Centro para Iniciativas de Desenvolvimento Estratégico da Indonésia, Diah Saminarsih, afirmou que o programa foi apressado e carece de um forte arcabouço regulatório. “Um projeto que custa £15,2 bilhões não pode operar sem uma supervisão adequada,” disse Saminarsih. A insatisfação é evidente, com mães organizando protestos e questionando a responsabilidade do governo.
O pesquisador político Made Supriatma observou que, embora o programa tenha sido uma tentativa de Prabowo de mostrar resultados rápidos, ele se transformou em um grande problema. “A situação está gerando uma má repercussão e as pessoas estão irritadas,” comentou. A falta de regulamentação e a alegação de que a polícia e o exército gerenciam algumas cozinhas levantam preocupações sobre a transparência e a possibilidade de práticas autoritárias.
A Resposta do Governo
Em resposta às críticas, o governo admite falhas e afirma que está trabalhando para melhorar a qualidade das refeições. Fatwa, representante do programa, destacou que o número oficial de casos de intoxicação é menor que o reportado por ONGs. Apesar disso, especialistas afirmam que as novas medidas de segurança chegaram tarde demais.
A situação continua a evoluir, enquanto o governo enfrenta pressão para garantir que as refeições fornecidas às crianças sejam seguras e nutritivas.