- Na última quinta-feira, 6 de novembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), que será gerido pelo Banco Mundial e remunerará até 74 países em desenvolvimento que preservarem suas florestas tropicais, com US$ 4 por hectare por ano, buscando reduzir emissões ao evitar a exploração de combustíveis fósseis sob as áreas protegidas.
- Um estudo da iniciativa LINGO, apresentado na COP trinta, indica que proteger as florestas pode evitar até 4,6 trilhões de toneladas de CO₂ ao impedir a extração de recursos fósseis sob essas áreas, conforme mapeamento de reservas em países como Brasil, China e Índia.
- O estudo aponta que 68 nações possuem recursos fósseis sob florestas que podem ser protegidos pelo TFFF, com a China possuindo 3,8 trilhões de toneladas de reservas e o Brasil, 36 bilhões de toneladas.
- Propostas sugerem acordos financeiros entre países, para que um compense o outro pela não extração de fósseis, em contexto de pressão para reduzir a exploração na bacia amazônica.
- Uma das autoras, Alice McGown, destaca que a pesquisa pode servir como ponto de partida para analisar o potêncial do TFFF, reforçando que a proteção das florestas ajuda a mitigar mudanças climáticas ao manter o carbono armazenado.
Na última quinta-feira, 6 de novembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), que será gerido pelo Banco Mundial. Este fundo visa remunerar até 74 países em desenvolvimento que mantiverem suas florestas tropicais, oferecendo US$ 4 por hectare preservado anualmente. A iniciativa busca não apenas preservar a vegetação, mas também reduzir as emissões de carbono ao evitar a exploração de combustíveis fósseis localizados sob essas áreas.
Um estudo da iniciativa LINGO, apresentado na COP30, revelou que a proteção das florestas pode evitar a emissão de até 4,6 trilhões de toneladas de CO2 ao impedir a exploração de recursos fósseis abaixo delas. Os pesquisadores mapearam as reservas de combustíveis fósseis em países como Brasil, China e Índia, destacando que 68 nações possuem recursos fósseis sob florestas que podem ser protegidas pelo TFFF. A China, por exemplo, possui 3,8 trilhões de toneladas de reservas, enquanto o Brasil conta com 36 bilhões de toneladas.
Propostas e Desafios
Os pesquisadores sugerem que o TFFF incorpore acordos financeiros entre países, onde um poderia compensar o outro para manter os combustíveis fósseis não extraídos. Essa proposta surge em um contexto onde a exploração de combustíveis fósseis na bacia amazônica é vista como uma contradição, dado o discurso do Brasil sobre a necessidade de se afastar dessas fontes de energia.
Alice McGown, uma das autoras do estudo, destaca que a pesquisa pode servir como um ponto de partida para uma análise mais profunda sobre o potencial do TFFF. A ideia é que, ao proteger as florestas, os países também garantam que os combustíveis fósseis permaneçam no solo, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas.
Os pesquisadores enfatizam que a proteção das florestas deve ser uma prioridade, pois sua destruição não só libera CO2 na atmosfera, mas também compromete a capacidade de captura de carbono que essas áreas oferecem. A proposta do TFFF, portanto, não se limita à preservação ambiental, mas se alinha a uma estratégia mais ampla de combate às mudanças climáticas.