- O Projeto de Lei antifacção tramita no Congresso Nacional, não altera leis de terrorismo, mas prevê aumento de penas e criação de banco nacional de facções; o relator Guilherme Derrite ajustou seu parecer em meio a crise entre governo e Legislativo.
- A nova abordagem busca fortalecer o marco legal contra facções sem classificá-las como terroristas, gerando debates acalorados entre especialistas em segurança pública.
- O juiz Carlos Eduardo Lemos afirmou em entrevista que critica a legislação antiterrorismo atual, apontando sua ineficácia para enfrentar o que chama de terrorismo doméstico.
- Lemos defende uma classificação internacional para facilitar o bloqueio de bens e o acesso à inteligência global, para sufocar financeiramente as organizações criminosas.
- Além das novas penas, o PL pretende reunir dados sobre facções em banco nacional, ajudando na formulação de políticas públicas; o governo sustenta que não é necessária a classificação como terroristas para o combate ao crime organizado.
O Projeto de Lei (PL) antifacção, que visa o combate ao crime organizado no Brasil, está em tramitação no Congresso Nacional. A proposta, que enfrenta polêmicas, não altera as leis de terrorismo, mas prevê aumento de penas e a criação de um banco nacional de facções. O relator, Guilherme Derrite (PP-SP), ajustou seu parecer em meio a uma crise política entre o governo e o Legislativo.
A nova abordagem busca fortalecer o marco legal contra facções, sem, no entanto, classificar essas organizações como terroristas. Essa decisão gera debates acalorados, especialmente entre especialistas em segurança pública. O juiz Carlos Eduardo Lemos, em entrevista, criticou a atual legislação antiterrorismo brasileira, apontando sua ineficácia em lidar com o que ele chama de “terrorismo doméstico”.
Críticas à Legislação Atual
Lemos defende que uma classificação internacional para essas facções poderia facilitar o bloqueio de bens e o acesso a inteligência global. Segundo ele, essa medida é crucial para sufocar financeiramente as organizações criminosas, que têm crescido em influência e poder no país. O juiz argumenta que a falta de uma abordagem mais robusta permite que essas facções operem com liberdade.
Além das novas penas, o PL também busca compilar dados sobre as facções em um banco nacional, o que pode ajudar na formulação de políticas públicas mais eficazes. O governo, por sua vez, continua a insistir que a classificação de facções como terroristas não é necessária para o combate ao crime organizado. O debate permanece acirrado, refletindo a complexidade da situação de segurança no Brasil.