- O procurador-geral da República, Paulo Gonet, foi mantido no cargo por mais dois anos após votação no Senado realizada em 12 de setembro de 2025.
- A aprovação ocorreu com 45 votos, 20 a menos do que em 2023, quando recebeu apoio de 65 senadores.
- A oposição acusa conluio com o ministro Alexandre de Moraes; governo e Centrão defendem a independência técnica dele.
- Na sabatina, Gonet negou perseguição política e citou o arquivamento de denúncia contra Bolsonaro relacionado à falsificação de cartão de vacina para comprovar imparcialidade, dizendo que o contato com Moraes é institucional.
- A votação evidenciou cenário polarizado, com defensores afirmando estabilidade institucional e técnica na condução da PGR, enquanto críticos questionam a autonomia frente ao STF.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, foi mantido no cargo por mais dois anos após votação no Senado, realizada nesta quarta-feira (12). A aprovação, no entanto, foi marcada por um expressivo desgaste, com 45 votos, 20 a menos do que em 2023, quando obteve apoio de 65 senadores. Essa queda de apoio reflete a insatisfação com sua gestão, considerada excessivamente alinhada ao ministro do STF, Alexandre de Moraes.
A oposição acusa Gonet de conluio com Moraes, alegando que suas decisões na Procuradoria-Geral da República (PGR) têm sido direcionadas a perseguir adversários políticos, especialmente o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores. Críticas apontam que a PGR se tornou uma mera validadora das ações do STF, perdendo sua autonomia. O senador Flávio Bolsonaro chegou a afirmar que os procuradores deveriam sentir vergonha da atual gestão.
Em sua defesa durante a sabatina, Gonet negou qualquer tipo de perseguição política, enfatizando que suas decisões são técnicas e não partidárias. Para demonstrar sua imparcialidade, citou o pedido de arquivamento de uma denúncia contra Bolsonaro relacionado à falsificação de um cartão de vacina. Sobre sua relação com Moraes, Gonet afirmou que o contato é meramente institucional e que as acusações de conluio são infundadas.
Críticas e Defesas
A oposição, especialmente liderada por Flávio Bolsonaro, questiona a legitimidade das decisões da PGR, sugerindo que já estariam definidas antes da análise dos processos. Por outro lado, senadores da base do governo e do Centrão defendem Gonet, destacando sua importância para a estabilidade institucional e sua postura técnica, distante das disputas políticas. Eles veem sua permanência como um sinal de continuidade na defesa da democracia e na punição de quem atenta contra as instituições.
A votação acirrada evidencia um cenário político polarizado, onde a figura do procurador-geral se torna central nas disputas entre os diferentes setores do governo e da oposição. A manutenção de Gonet no cargo, embora apertada, reflete a complexidade das relações políticas atuais.