- Babiš recusou-se a vender o grupo Agrofert, prometendo cumprir as leis sem detalhar como; o patrimônio do ex-primeiro-ministro é estimado em 3,9 bilhões de dólares.
- O presidente Petr Pavel exige soluções públicas para o conflito de interesse antes da nomeação; a constituição tcheca prevê analisar possíveis conflitos ao indicar ministros.
- A Transparência Internacional apontou que Babiš deve escolher entre vender as empresas ou ficar fora do governo para evitar conflitos; o Agrofert envolve centenas de empresas e contratos públicos.
- O político firmou coalizão com partidos de direita extremista, como o SPD, que defende referendo sobre a saída da União Europeia, fortalecendo o bloco populista na região.
- Pavel pode nomear Babiš imediatamente caso as questões legais sejam resolvidas; o ex-primeiro-ministro confirmou ser novamente o único proprietário da Agrofert e diz tomar medidas para evitar conflitos, sem detalhar quais.
Andrej Babiš, bilionário populista e ex-primeiro-ministro da República Tcheca, recusou-se a vender seu império empresarial Agrofert, desafiando as preocupações sobre conflitos de interesse que podem impedi-lo de assumir o cargo novamente. Babiš, que venceu as eleições de outubro, afirmou que resolverá essas questões de acordo com as leis tchecas e europeias, mas não detalhou como isso será feito.
O presidente Petr Pavel exigiu que Babiš apresente soluções claras para o conflito de interesse antes de sua nomeação. A constituição tcheca estabelece que o presidente deve considerar possíveis conflitos ao nomear ministros. Pavel está disposto a nomear Babiš imediatamente, desde que as preocupações legais sejam abordadas. O ex-primeiro-ministro, cujo patrimônio é estimado em 3,9 bilhões de dólares, já enfrentou diversas batalhas legais relacionadas a seus negócios.
Situação Empresarial
Babiš controla centenas de empresas sob o grupo Agrofert, que se beneficiam de subsídios e contratos públicos. A legislação tcheca proíbe que ministros recebam ajuda pública, e a Transparência Internacional indicou que Babiš deve optar entre vender suas empresas ou ficar fora do governo para evitar conflitos. Apesar disso, ele reafirmou sua intenção de não vender Agrofert, comparando a venda de sua empresa a “vender um pão em uma padaria”.
Durante seu primeiro mandato, de 2017 a 2021, Babiš enfrentou investigações da União Europeia por conflitos de interesse e transferiu ativos para fundos fiduciários, mantendo influência sobre eles. Recentemente, ele confirmou ser novamente o único proprietário da Agrofert e assegurou que está tomando medidas para evitar conflitos, embora não tenha fornecido detalhes.
Coalizão Política
Babiš também firmou um acordo de coalizão com partidos de direita extremista, incluindo o SPD, que defende um referendo sobre a saída da União Europeia. Essa nova configuração política pode fortalecer o bloco populista na Europa Central e Oriental, colocando em risco o apoio ocidental à Ucrânia, embora Babiš tenha garantido ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, o apoio da República Tcheca.
Pavel, que também participa da política externa, solicitou que o programa da coalizão inclua uma declaração sobre a posição do governo em relação à guerra da Rússia contra a Ucrânia, reafirmando o compromisso com a OTAN. O presidente já afirmou que não aprovará indicações ministeriais que possam comprometer os compromissos da Tcheca com a União Europeia e a OTAN.
