- Eleições em Nova York elegeram Zohran Mamdani como prefeito, com foco em moradia acessível e promessa de congelar aluguéis de imóveis sob controle; a cidade tem preços médios que já passam de $3.000.
- Na Holanda, Democraten 66 (D66) venceu as eleições com promessas de aliviar a crise habitacional; Rob Jetten, futuro primeiro-ministro, destacou que todos merecem um teto e sinalizou resistência à influência de partidos de extrema direita.
- Na Irlanda, Catherine Connolly foi eleita presidentA com 63% dos votos, enfatizando moradia como prioridade, especialmente para jovens em Dublin.
- Dados da União Europeia indicam alta valorização do mercado imobiliário desde dois mil e dez: preços médios de casas subiram 55% e aluguéis, 27%; estudo do Eurobarômetro mostra que 51% dos europeus urbanos veem falta de moradia acessível como principal preocupação; Balakrishnan Rajagopal, relator especial da ONU, ressalta a urgência do tema.
- Especialistas apontam que a crise habitacional pode reorganizar políticas públicas, favorecendo partidos progressistas em grandes cidades; a experiência holandesa de propostas inovadoras para construção de novas cidades pode servir de modelo para outros países.
A crise de habitação em várias partes do Ocidente está moldando o cenário político, levando a uma mudança significativa nas preferências eleitorais. Em Nova York, Zohran Mamdani foi eleito prefeito com uma proposta centrada na moradia acessível, prometendo congelar os aluguéis de imóveis controlados em uma cidade onde os preços médios já superam os 3.000 dólares. Essa vitória reflete um descontentamento crescente com a direita, que até então se beneficiava da insatisfação popular.
Na Holanda, o partido D66 também obteve sucesso nas eleições com promessas de aliviar a crise habitacional. O futuro primeiro-ministro, Rob Jetten, destacou a dificuldade que jovens enfrentam para encontrar moradia acessível, enfatizando que todos merecem um teto. A vitória do D66 sugere que o foco em políticas habitacionais pode ser uma estratégia eficaz contra a ascensão de partidos de extrema direita, como o de Geert Wilders.
A Revolução da Moradia na Irlanda
Na Irlanda, Catherine Connolly foi eleita presidente com uma forte ênfase na moradia, recebendo 63% dos votos, um apoio expressivo que reflete a urgência da questão habitacional entre os jovens. Connolly se posicionou como uma voz para aqueles que enfrentam salários insuficientes e altos custos de vida, especialmente em Dublin. A crise de acessibilidade à moradia está se tornando uma prioridade política em toda a Europa, conforme apontado por Balakrishnan Rajagopal, relator especial da ONU sobre o direito à moradia digna.
Dados alarmantes revelam que desde 2010, os preços médios das casas na União Europeia aumentaram 55% e os aluguéis 27%. Um estudo recente do Eurobarômetro mostra que 51% dos europeus em áreas urbanas consideram a falta de moradia acessível como a principal preocupação. Essa situação tem alimentado o discurso populista de extrema direita, mas, ao mesmo tempo, está permitindo que partidos progressistas ganhem espaço ao abordar diretamente as necessidades habitacionais da população.
O Futuro das Políticas Habitacionais
As eleições recentes indicam uma possível reconfiguração política, onde a moradia se torna um tema central. Especialistas, como Ben Ansell da Universidade de Oxford, sugerem que essa nova abordagem pode oferecer oportunidades para partidos progressistas, especialmente em grandes cidades. Contudo, a questão da propriedade pode complicar essa coalizão, já que muitos jovens que aspiram a comprar imóveis podem mudar suas prioridades uma vez que se tornem proprietários.
O caso da Holanda é emblemático, mostrando que a política habitacional pode ser um divisor de águas. O D66 não apenas venceu, mas também apresentou propostas inovadoras, como a construção de novas cidades para atender à demanda habitacional. Essa estratégia pode servir como um modelo para outras nações que enfrentam desafios semelhantes em relação à moradia, destacando a importância de políticas habitacionais eficazes como resposta à crise atual.