- Reunião de emergência ocorreu sexta-feira, 14 de novembro, entre Marina Silva, Sonia Guajajara e representantes da etnia Munduruku, após protesto que bloqueou o acesso à COP 30 em Belém; cerca de 90 indígenas participaram da marcha pacífica.
- Munduruku apresentaram dois documentos formais com demandas, incluindo as demarcações Saure-Maibã e Saure-Bapin; Marina Silva informou que Saure-Maibã já está sob responsabilidade da Funai, e Saure-Bapin deve receber portaria declaratória ainda neste ano; governo pretende avançar nesses processos até o final de 2025.
- A ministra atualizou o status da desintrusão na Terra Indígena Munduruku, com destruição de 53 acampamentos e aplicação de R$ 300 milhões em multas.
- Sobre o projeto Ferrogrão, não há licenciamento ativo e o empreendimento está judicializado.
- A Organização das Nações Unidas criticou a organização da COP 30, pedindo melhorias em segurança e infraestrutura; governo brasileiro informou ter atendido as solicitações, mas a crítica persiste após a invasão no início da semana.
As ministras Marina Silva, do Meio Ambiente, e Sonia Guajajara, dos Povos Indígenas, se reuniram em caráter de emergência com representantes da etnia Munduruku nesta sexta-feira, 14 de novembro. O encontro ocorreu após um protesto que bloqueou o acesso à COP 30 em Belém, onde os indígenas exigiram a suspensão de projetos de infraestrutura na Amazônia.
Cerca de 90 integrantes da etnia realizaram uma manifestação pacífica, reivindicando a revogação de leilões de hidrovias nos rios Tapajós, Madeira e Tocantins, além de maior fiscalização contra o garimpo ilegal e agilidade nas demarcações de terras. Durante a reunião, os Munduruku apresentaram dois documentos formais com suas preocupações, que foram recebidos pela ministra Marina Silva.
Demandas Indígenas
Entre as demandas, os indígenas solicitaram informações sobre os processos de demarcação das terras Saure-Maibã e Saure-Bapin. Marina Silva informou que a demarcação de Saure-Maibã já está sob a responsabilidade da Funai, enquanto Saure-Bapin deve receber portaria declaratória ainda este ano. A ministra reconheceu a legitimidade das preocupações expressas pelos Munduruku e afirmou que o governo busca avançar nesses processos até o final de 2025.
Além disso, a ministra atualizou o status do processo de desintrusão na Terra Indígena Munduruku, que já resultou na destruição de 53 acampamentos e aplicação de R$ 300 milhões em multas. A Ferrogrão, projeto que visa ampliar o escoamento da safra de grãos pelo rio Tapajós, também foi abordada. Segundo Marina, não há licenciamento ativo em andamento e o projeto está judicializado.
Críticas da ONU
Em paralelo, a ONU criticou a organização da COP 30, solicitando melhorias na segurança e na infraestrutura do evento. O secretário-executivo da Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas, Simon Stiell, expressou preocupações sobre a segurança e as condições oferecidas aos participantes. O governo brasileiro informou que todas as solicitações da ONU foram atendidas, mas a crítica à organização persiste, especialmente após a invasão que ocorreu no início da semana.