- Orbán iniciou um “roadshow” anti-guerra em cinco cidades, com a primeira parada em Győr, buscando transformar a eleição de 2026 em um referendo sobre guerra e permanência na União Europeia, em meio à crise do custo de vida.
- O premiê, no poder há quinze anos, tem se posicionado contra o apoio europeu à Ucrânia e mantém laços com Vladimir Putin; em Washington, obteve isenção de sanções por um ano sobre petróleo e gás russos.
- A oposição interna ganha impulso, especialmente o partido Tisza, cujo líder Péter Magyar disse que o governo promove a guerra, enquanto o Tisza defende a paz; pesquisas indicam vantagem para a sigla rival, com sete por cento das intenções de voto.
- A estratégia foca na paz como núcleo da campanha, criticando a UE e explorando insatisfação popular com inflação e falhas em saúde e educação, para conquistar eleitores descontentes.
- Analistas questionam se essa linha terá fôlego diante da crise econômica; próximos eventos do roadshow devem mostrar se a abordagem é eficaz para as eleições de set/2026.
O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, deu início a uma série de eventos em cinco cidades, chamada de “roadshow” anti-guerra, como parte de sua estratégia para as eleições de 2026. A primeira parada ocorreu em Győr, onde ele enfatizou a oposição ao apoio europeu à Ucrânia. A campanha visa transformar a eleição em um referendo sobre a guerra e a permanência da Hungria na União Europeia, especialmente em meio à crise do custo de vida.
Orbán, que está no poder há 15 anos, já se posicionou como um crítico da política da UE em relação à Ucrânia, mantendo laços com o presidente russo Vladimir Putin. Recentemente, ele visitou Washington, onde obteve uma isenção de um ano das sanções dos EUA sobre importação de petróleo e gás da Rússia. Essa concessão é vista como um impulso para sua imagem em um momento de incerteza econômica.
Críticas e Desafios
O primeiro-ministro enfrenta crescente oposição interna, especialmente do partido Tisza, que, segundo pesquisas independentes, está ganhando apoio. Péter Magyar, líder do Tisza, criticou Orbán, afirmando que seu partido promove a guerra enquanto o Tisza busca a paz. A polarização política se intensifica, com o Fidesz sendo acusado de se alinhar com os interesses de Moscou, enquanto a campanha de Magyar é vista como uma alternativa pacifista.
A questão da guerra na Ucrânia e a relação da Hungria com a UE têm sido temas centrais na política doméstica. Orbán tenta se consolidar como o defensor da paz, enquanto sua oposição se aproveita do descontentamento popular em relação à inflação e problemas em setores como saúde e educação. Pesquisas indicam que a Tisza lidera com 7% nas intenções de voto, refletindo a insatisfação com o governo atual.
O Futuro da Campanha
A narrativa de Orbán de que a Hungria é a única nação europeia a lutar pela paz pode servir como um pilar para sua campanha. No entanto, analistas questionam se essa estratégia será suficiente para vencer em um cenário de crise econômica. O foco no tema da paz, aliado à crítica ao governo da UE, pode ser uma tentativa de desviar a atenção dos problemas internos que afligem a população. A expectativa é que os próximos eventos da “roadshow” revelem mais sobre a eficácia dessa abordagem.