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Chega é retratada em denúncias de culto ao líder e financiamento irregular

Livro revela turbulências no Chega, gravações ilegais e financiamento obscuro; Ventura enfrenta críticas e o partido ganha contornos eleitorais

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Chega é retratada em denúncias de culto ao líder e financiamento irregular
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  • O Chega, fundado em 2019 por André Ventura, consolidou‑se como força oposicionista em Portugal, mas enfrenta controvérsias internas.
  • O livro Por dentro do Chega, do jornalista Miguel Carvalho, revela financiamento obscuro, gravações ilegais e órgãos internos possivelmente ilegais, além de críticas à liderança; a obra tem setecentos e cinquenta páginas e traz entrevistas de diversos membros.
  • Carvalho aponta que noventa por cento do conteúdo são relatos de pessoas ligadas ao partido, descrevendo um culto ao líder e promessas manipuladas para manter apoio; o Chega passou de um deputado para sessenta representantes na Assembleia da República.
  • Disputas internas levaram ex‑fundadores a se afastarem; o Tribunal Constitucional já rejeitou os estatutos do partido em quatro ocasiões, indicando falta de democracia interna e funcionamento com órgãos ilegais.
  • Ventura, ex‑comentarista e advogado, tornou‑se conhecido pela oratória e presença midiática; as eleições presidenciais de 2026 devem medir seu apoio, após ter recebido quase quinhentos mil votos em 2021.

O partido Chega, fundado por André Ventura em 2019, tem se consolidado como uma força política significativa em Portugal, mas enfrenta sérias controvérsias internas. O livro “Por dentro do Chega”, escrito pelo jornalista Miguel Carvalho, revela práticas questionáveis, como financiamento obscuro e uso de gravações ilegais. A obra, que conta com mais de 750 páginas e entrevistas de diversos membros do partido, expõe a dinâmica interna turbulenta e as disputas de poder que marcam a trajetória do Chega.

A pesquisa de Carvalho destaca que 90% do conteúdo é formado por relatos de pessoas ligadas ao partido, incluindo críticas a Ventura e sua liderança. O autor aponta que a formação política se transformou em um culto ao líder, onde as promessas são frequentemente manipuladas para manter a base de apoio. O Chega, que começou com apenas um deputado, agora possui 60 representantes na Assembleia da República, tornando-se o principal grupo opositor.

Controvérsias Internas

As disputas internas têm sido intensas, com ex-fundadores como Nuno Afonso e Fernanda Marques Lopes se afastando após conflitos de poder. Carvalho observa que Ventura evita qualquer sombra sobre sua liderança, levando a um ambiente de ameaças e manipulações. O Tribunal Constitucional já rejeitou os estatutos do partido em quatro ocasiões, evidenciando a falta de democracia interna e a possibilidade de funcionamento com órgãos ilegais.

Além disso, o financiamento do Chega é um ponto crítico. Carvalho menciona que, apesar de Ventura criticar as elites, ele é sustentado por figuras influentes da oligarquia portuguesa. Essa contradição, que combina um discurso antisistema com apoio de elites, gera questionamentos sobre a verdadeira natureza do partido e sua capacidade de se manter dentro da legalidade.

A Ascensão de Ventura

André Ventura, ex-comentarista e advogado, tem se destacado pela sua oratória combativa e presença midiática. Em sua trajetória, ele conquistou uma base sólida, especialmente entre os jovens, usando as redes sociais e a televisão para expandir sua influência. As eleições presidenciais de 18 de janeiro de 2026 serão uma nova oportunidade para medir seu apoio popular, após ter recebido quase 500 mil votos em sua primeira tentativa em 2021.

O livro de Carvalho não apenas ilumina o passado do Chega, mas também provoca reflexões sobre o fenômeno da extrema direita em Portugal, um país que, há cinquenta anos, celebrava a Revolução dos Cravos. A obra se torna um importante registro sobre os desafios e as contradições que cercam o crescimento do partido e sua liderança.

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