- A AfD é a segunda força no Bundestag, elevando o debate sobre o cordão sanitário promovido pela União Democrata Cristã (CDU) e pela União Social Cristã (CSU) para excluir a AfD de coalizões.
- O historiador Andreas Rödder propõe revisar a estratégia, sugerindo linhas vermelhas para diálogo com a AfD em temas como direitos constitucionais e dignidade, em vez de veto total.
- A mudança seria especialmente relevante com as eleições regionais de 2026, quando a AfD busca poder em governos locais.
- Há referências à experiência do Partido Popular (PP) da Espanha, apontando que é possível manter competitividade sem alienar o eleitorado moderado.
- Rödder questiona o futuro da CDU/CSU se depender de coalizões com partidos de esquerda; dialogar sobre temas comuns, como política externa e defesa, poderia fortalecer a posição do bloco.
A crescente influência da Alternativa para a Alemanha (AfD) no Bundestag, agora como a segunda maior força política, tem gerado um intenso debate sobre a eficácia do cordón sanitário, uma estratégia de exclusão promovida pela União Democrata Cristã (CDU) e pela União Social Cristã (CSU). O chanceler Friedrich Merz defende a manutenção dessa política, mas vozes dentro da CDU/CSU, como a do historiador Andreas Rödder, começam a questionar essa abordagem.
Rödder argumenta que o cordón sanitário não tem conseguido conter o avanço da AfD, que se fortaleceu nos últimos anos. Ele sugere que a exclusão de parte do eleitorado pode prejudicar a própria democracia. Em vez de um veto absoluto, propõe estabelecer “linhas vermelhas” que definam os limites do diálogo com a AfD, focando em questões como direitos constitucionais e dignidade humana. Esta mudança de estratégia é vista como necessária, especialmente com as eleições regionais de 2026 se aproximando, onde a AfD busca conquistar governos locais.
Pressões por Mudanças
A CDU e a CSU enfrentam pressões crescentes para revisar sua postura diante da AfD, especialmente à luz de experiências de outros países, como o Partido Popular (PP) da Espanha. O PP tem sido elogiado por sua habilidade em manter a competitividade sem alienar seu eleitorado moderado. Rödder destaca que, ao invés de um isolamento total, os democristãos deveriam ser capazes de dialogar sobre questões que não comprometem os princípios democráticos.
Em sua análise, Rödder questiona o futuro da CDU/CSU se continuar a depender de coalizões com partidos de esquerda. Ele sugere que, ao dialogar com a AfD sobre temas comuns, como a política externa e a defesa, a CDU poderia se posicionar de forma mais forte e coesa. O cenário político alemão se torna, assim, um campo de tensão entre a necessidade de manter princípios democráticos e a pressão por uma representação mais ampla do eleitorado.