- O governo britânico, sob o Partido Trabalhista, propõe mudanças drásticas nas políticas de imigração, inspiradas no modelo dinamarquês, visando restringir o direito de residência permanente para requerentes de asilo, conforme anúncio da secretária do Interior, Shabana Mahmood.
- As discussões sobre imigração ganharam impulso após críticas de Nigel Farage ao direito de permanência indefinida para imigrantes, enquanto o primeiro-ministro Keir Starmer ressalta a importância da confiança social no sistema de asilo, mas Mahmood enfrenta resistência interna no Labour.
- O modelo dinamarquês é visto como referência por setores do governo britânico; em dois mil dezenove, Mette Frederiksen promoveu medidas para limitar a chegada de refugiados, o que inicialmente ajudou nas eleições, mas houve queda de apoio e pressão de setores de direita; medidas mais severas enfrentaram obstáculos legais.
- A adoção de um formato semelhante no Reino Unido pode ter consequências políticas incertas: pode afastar parte da base trabalhista, que costuma apoiar políticas mais progressistas, e aproximar a oposição conservadora, com a secretária de Estado Kemi Badenoch já sinalizando apoio, elevando a polarização em véspera de eleições.
O governo britânico, sob a liderança do Partido Trabalhista, está propondo mudanças drásticas nas políticas de imigração, inspiradas no modelo dinamarquês. A nova abordagem, anunciada pela secretária do Interior, Shabana Mahmood, visa limitar o direito de residência permanente para requerentes de asilo, o que pode gerar repercussões políticas significativas.
As discussões sobre imigração no Reino Unido têm se intensificado, especialmente após declarações de figuras como Nigel Farage, que defendeu o fim do direito de permanência indefinida para muitos imigrantes. O primeiro-ministro Keir Starmer enfatizou que a confiança social no sistema de asilo é crucial, mas a proposta de Mahmood enfrenta resistência interna no Partido Trabalhista.
Influência do Modelo Dinamarquês
O modelo dinamarquês, que tem se mostrado rigoroso em relação à imigração, é visto como um exemplo a ser seguido. Em 2019, a líder dos Social-Democratas dinamarqueses, Mette Frederiksen, fez campanha para limitar a chegada de refugiados, o que inicialmente resultou em ganhos eleitorais. No entanto, a popularidade do partido caiu, e a pressão por políticas ainda mais extremas tem aumentado, com a ascensão de partidos de direita.
Embora a retórica dinamarquesa tenha reduzido o número de solicitantes de asilo, muitos dos planos mais severos enfrentaram obstáculos legais. O sistema judicial dinamarquês, por exemplo, impediu a deportação de refugiados sírios, mesmo quando o governo alegava que a situação em seu país de origem havia melhorado.
Consequências Políticas no Reino Unido
A adoção de um modelo semelhante no Reino Unido pode trazer consequências imprevisíveis. A proposta de Mahmood poderia alienar parte da base eleitoral do Partido Trabalhista, que é tradicionalmente mais progressista em questões de imigração. A possibilidade de perder apoio nas próximas eleições é uma preocupação entre os líderes do partido.
Enquanto isso, o apoio da oposição, especialmente do Partido Conservador, pode complicar ainda mais o cenário político. A secretária de Estado Kemi Badenoch já se manifestou a favor das novas diretrizes, indicando que a polarização em torno do tema deve se intensificar. Com as eleições se aproximando, o impacto dessas políticas será um ponto central nas discussões políticas.