- O governo britânico, sob Keir Starmer, propõe reformas migratórias para endurecer o acesso ao asilo, anunciadas pela ministra do Interior, Shabana Mahmood.
- Entre as medidas estão a confiscação de bens de imigrantes para custear despesas e a ampliação do tempo para residência permanente de cinco para vinte anos.
- O status dos imigrantes passaria por supervisão a cada 30 meses, e a deportação seria possível se as condições no país de origem voltarem a piorar; informações foram filtradas pelo Interior antes do anúncio.
- Deputados moderados do Labour criticam as propostas como repugnantes e injustas, em meio à pressão de partidos de extrema-direita, como Reform.
- Críticas internas ressaltam o impacto sobre direitos dos imigrantes; Nadia Whittowe, filha de imigrantes, chamou as propostas de vergonhosas, enquanto Mahmood defende as reformas para consertar o sistema de asilo. Nos registros, houve 111.000 pedidos de asilo entre junho de 2024 e junho de 2025.
A política migratória do governo britânico, liderado por Keir Starmer, enfrenta crescente resistência interna. A ministra do Interior, Shabana Mahmood, anunciou uma série de reformas que incluem o endurecimento do acesso ao asilo, o que gerou descontentamento entre deputados do Partido Trabalhista. A proposta prevê a confiscação de bens de imigrantes para custear despesas e a ampliação do tempo necessário para a residência permanente, que passaria de cinco para 20 anos.
As novas regras, que incluem supervisão do status a cada 30 meses e possível deportação se as condições no país de origem mudarem, foram recebidas com críticas severas. Deputados moderados descreveram as medidas como “repugnantes” e “injustas”, ressaltando o impacto negativo que podem ter sobre os direitos dos imigrantes. A situação se agrava com a pressão de partidos de extrema-direita, como o Reform, que pode ameaçar as cadeiras do Labour nas próximas eleições.
Críticas Internas
A insatisfação dentro do partido é palpável. A deputada Nadia Whittowe, filha de imigrantes, foi uma das primeiras a se manifestar, chamando as propostas de “vergonhosas”. Ela questionou como um governo trabalhista poderia implementar políticas que ferem os direitos de pessoas que já enfrentaram traumas significativos. O clima de tensão se intensificou após o vazamento de informações sobre as reformas, o que levou a um debate acalorado entre os membros do partido.
Além disso, a ministra Mahmood, que é filha de imigrantes, defendeu as reformas como uma tentativa de consertar um sistema de asilo que, segundo ela, está causando divisões na sociedade britânica. No entanto, muitos deputados argumentam que as novas regras perpetuam um estado de limbo para os imigrantes, dificultando sua integração.
Medidas Controversas
Entre as propostas, destaca-se a intenção do governo de confiscar bens de valor de imigrantes, como veículos e joias, para ajudar a cobrir custos de manutenção. Essa medida gerou reações negativas, com críticos afirmando que ela é uma forma de discriminação. O secretário de Estado do Interior, Alex Norris, defendeu a proposta, afirmando que aqueles que possuem bens de valor devem contribuir para seus custos, mas garantiu que itens de valor sentimental não seriam confiscados.
Por fim, o governo também planeja restringir a concessão de vistos para cidadãos de países que se recusam a readmitir imigrantes deportados, seguindo uma política semelhante à adotada pelos Estados Unidos. Com 111.000 pedidos de asilo registrados entre junho de 2024 e junho de 2025, a situação migratória continua a ser uma das principais preocupações dos britânicos, colocando o governo Starmer sob pressão.