- Investigações em Energoatom, empresa estatal de energia nuclear da Ucrânia, apuram esquema de propinas de cerca de $100 milhões, com kickbacks de 10% a 15% em contratos com fornecedores, segundo o Escritório Nacional de Combate à Corrupção da Ucrânia (Nabu).
- A operação Midas reuniu gravações e nomes de figuras influentes, incluindo Timur Mindich, aliado próximo do presidente Volodymyr Zelenskyy, que fugiu para Israel antes de ser preso.
- Oleksiy Chernyshov, ex-ministro da Infraestrutura, e Svitlana Hrynchuk, ex-ministra da Energia, aparecem entre os envolvidos; todos negam irregularidades.
- O esquema envolvia movimentação de dinheiro em grandes sacolas por Kiev, indicador da natureza primitiva do esquema; Mindich teve sanções impostas e teve a cidadania ucraniana retirada.
- A Nabu aponta possíveis ligações com o Ministério da Defesa e o setor bancário; a investigação, com cerca de 1.000 horas de gravações, é considerada o maior caso desde o início da gestão de Zelenskyy.
Investigações de corrupção em Energoatom, a empresa estatal de energia nuclear da Ucrânia, estão em curso após a revelação de um esquema de propinas que pode ter movimentado cerca de 100 milhões de dólares. O esquema, que envolve kickbacks de 10 a 15% de contratos com fornecedores, foi exposto pelo Escritório Nacional de Combate à Corrupção da Ucrânia (Nabu). O principal suspeito, Timur Mindich, aliado próximo do presidente Volodymyr Zelenskyy, fugiu para Israel antes de ser preso.
A operação, chamada de Midas, revelou gravações e nomes de figuras políticas influentes, incluindo Oleksiy Chernyshov, ex-ministro da Infraestrutura, e Svitlana Hrynchuk, ex-ministra da Energia. Todos os envolvidos negam qualquer irregularidade. As investigações apontam que os beneficiários do esquema utilizavam codinomes e transportavam dinheiro em grandes sacolas por Kiev, o que ilustra a natureza primitiva do esquema.
Reações e Consequências
A corrupção no setor de energia ocorre em um contexto crítico, com a Ucrânia enfrentando ataques russos que destruíram grande parte de sua infraestrutura energética. O descontentamento público é palpável, especialmente em meio a apagões frequentes. Zelenskyy, após a revelação do escândalo, impôs sanções a Mindich e retirou sua cidadania ucraniana, afirmando que “o presidente de um país em guerra não pode ter amigos”.
A situação levanta questões sobre a extensão da corrupção na Ucrânia. A Nabu sugere que o esquema pode ter conexões com o Ministério da Defesa e o setor bancário, aumentando as preocupações sobre a integridade do governo durante a guerra. O escândalo é considerado o maior desde que Zelenskyy assumiu a presidência, gerando pressão para que medidas severas sejam tomadas contra os culpados.
A investigação, que inclui 1.000 horas de gravações secretas, revela um panorama sombrio da corrupção que permeia o governo, desafiando a imagem de reforma prometida por Zelenskyy e suas tentativas de alinhar a Ucrânia com normas europeias.