- A Ponte de Messina, que liga a Sicília ao continente, voltou a ser tema de debates; a reativação ocorreu em março de 2023 sob o governo de Giorgia Meloni, com versão atualizada do projeto.
- Em agosto de 2023, a versão revisada recebeu aprovação do Comitê Interministerial para o Planejamento Econômico; Matteo Salvini, ministro dos Transportes, disse que foi um marco e prometeu início das obras preliminares antes do fim do verão.
- Em outubro, o Tribunal de Contas expressou dúvidas sobre a viabilidade e o aumento do custo total, que triplicou em relação aos 3,88 bilhões de euros inicialmente aprovados; moradores e Legambiente acionam o projeto na Justiça.
- Moradores de Messina, como Cettina Lupoi, enfrentam expropriação há 23 anos; o traçado sobre áreas protegidas levanta preocupações ambientais e sobre abastecimento de água potável.
- Existe uma grande manifestação marcada para 29 de novembro em Messina contra o projeto; Daniele Cartisano, presidente da Legambiente local, critica uso de 2 bilhões de euros de fundos europeus para saúde e educação; o governo mantém a decisão de seguir adiante, com obras prometidas para fevereiro de 2024.
A construção da Ponte de Messina, que liga a Sicília ao continente italiano, voltou a ser tema de intensos debates e polêmicas. Após uma pausa de dez anos, o governo da primeira-ministra Giorgia Meloni reativou o projeto em março de 2023, prometendo a revitalização da infraestrutura que gera desconfiança e controvérsias.
O projeto, que remonta à década de 1960, foi frequentemente interrompido e retomado por diferentes administrações, incluindo as de Silvio Berlusconi, Matteo Salvini e agora Meloni. Em agosto de 2023, a versão atualizada do projeto recebeu aprovação do Comitê Interministerial para a Planejamento Econômico. Matteo Salvini, ministro de Transportes, descreveu o dia como “histórico” e prometeu o início das obras preliminares antes do final do verão.
Controvérsias e Mobilizações
A reativação do projeto, no entanto, não ocorreu sem resistência. Em outubro, o Tribunal de Contas expressou preocupações sobre a viabilidade do plano, questionando o aumento do custo total, que agora triplica os 3,88 bilhões de euros inicialmente aprovados. Além disso, a obra enfrenta ações legais de moradores locais e da organização ambiental Legambiente, que argumentam que a construção impactará negativamente a região.
Moradores de Messina, como Cettina Lupoi, que vive sob a ameaça de expropriação há 23 anos, expressam seu descontentamento. A construção do ponte, que terá pilões de 399 metros, se sobrepõe a áreas protegidas, levantando preocupações sobre o impacto ambiental e a falta de infraestrutura básica, como água potável.
Futuro Incerto
Uma grande manifestação está programada para o dia 29 de novembro em Messina, onde se espera que milhares de pessoas se unam contra o projeto. As promessas de desenvolvimento econômico e empregos, frequentemente associadas à ponte, são vistas com ceticismo por muitos, que lembram de promessas não cumpridas no passado. Daniele Cartisano, presidente da seção local de Legambiente, critica o uso de 2 bilhões de euros de fundos europeus destinados a necessidades mais urgentes da região, como saúde e educação.
O governo se mantém firme em sua decisão de seguir adiante com a construção, com Salvini afirmando que as obras devem começar em fevereiro de 2024. Contudo, a desconfiança persiste, e muitos se perguntam se este projeto será mais uma promessa não cumprida na história da infraestrutura italiana.