- A ministra Gleisi Hoffmann atua para amenizar a crise entre o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e o presidente da Câmara, Hugo Motta, com apoio de Guimarães e Randolfe para mediar.
- A tensão envolvendo líderes do governo Lula tende a ficar na esfera pessoal, sem contaminação aos acordos orçamentários já firmados para 2026.
- No Senado, a prioridade é impedir que o PL Antifacção sofra alterações alinhadas ao bolsonarismo; também está na pauta a tributação de bets e fintechs.
- Na Câmara, o objetivo é conter a votação da pauta de anistia/dosimetria, com decisão a ser tomada em reunião de líderes prevista para amanhã.
- A estratégia inclui manter as junções de guião com Guimarães e Randolfe, que mantêm boa relação com Motta e Alcolumbre, para evitar danos duradouros à relação com o Executivo.
A ministra Gleisi Hoffmann (PT) assume papel de ponte para amenizar a crise entre os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e líderes do governo Lula. Desde a semana passada, sinais de rompimento com Jaques Wagner e Lindbergh Farias acenaram para tensão institucional, mas o Planalto aposta na mediação para evitar danos maiores ao orçamento de 2026.
Gleisi, ao lado de José Guimarães (PT-CE) e Randolfe Rodrigues (PT-AP), busca manter diálogo direto com Motta e Alcolumbre. A estratégia envolve reduzir atritos e manter a pauta do governo em andamento, especialmente em acordos já firmados sobre o Orçamento de 2026 e a liberação menos burocrática de emendas, com prioridade para a Saúde.
No radar do governo estão disputas internas sobre quem conduz a execução orçamentária. Motta e Alcolumbre pretendem ampliar influência sobre as emendas, e o Planalto sustenta que as tratativas com Lula favoreceram a liberação de emendas, especialmente para a Saúde. Randolfe e Guimarães atuam como ponte entre os blocos.
Pontos-chave da atuação legislativa
No Senado, a prioridade é evitar que o PL Antifacção sofra contaminação por interferências de espectros bolsonaristas. Também está em foco a votação de projeto sobre tributação de bets e fintechs, prevista para a próxima terça-feira. O governo entende que o momento requer cautela com mudanças que possam fragilizar a base.
Na Câmara, o desafio é conter a votação da pauta de anistia ou dosimetria. Líderes partidários devem se reunir amanhã para decidir se o tema vai a plenário, em meio à prisão recente do ex-presidente Jair Bolsonaro. A reunião visa consolidar uma posição unificada entre os partidos em relação ao tema.
A crise, segundo a avaliação do Planalto, permanece em nível pessoal entre Alcolumbre e Motta, sem derrubar o acordo firmado com Lula. O objetivo é manter o alinhamento com o Executivo, preservando as prioridades de 2026 e a continuidade da agenda econômica sem interrupções.