- Um grupo militar de Guinea-Bissau deu um golpe de Estado, assumiu o controle do país e suspendeu o processo eleitoral, anulando os resultados das eleições realizadas no domingo.
- O presidente Umaro Sissoco Embaló e outros autoridades, entre eles o chefe das Forças Armadas Biague Na Ntan e o ministro do Interior Botché Candé, teriam sido detidos, segundo relatos.
- A declaração foi lida na sede do Estado-Maior das Forças Armadas pelos militares, que se autodenominaram Alta Comandancia Militar para a Restauracao do Ordem.
- Disparos foram ouvidos perto do palácio presidencial e da sede da comissão eleitoral, onde Embaló afirmou ter sido detido no seu gabinete.
- A situação ocorre após eleições do último domingo, com a oposição contestando o resultado; a comunidade internacional, incluindo a Organização Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), acompanha o desdobramento com cautela.
O que aconteceu? Um grupo de militares declarou ter tomado o controle de Guinea-Bisáu, suspendeu o processo eleitoral em curso, anulou a publicação dos resultados do pleito realizado no último domingo e fechou as fronteiras. A declaração foi lida na sede do Estado-Maior das Forças Armadas pelo general Denis Ncanha, chefe da casa militar do palácio da República. O presidente Umaro Sissoco Embaló estaria detido em seu gabinete, e o anúncio foi feito pela Alta Comandancia Militar para a Restauração da Ordem.
Quem está envolvido? O presidente Embaló; o ministro do Interior, Botché Candé; o chefe das Forças Armadas, Biague Na Ntan, e seu segundo, Mamadou Touré, aparecem entre os nomes citados como detidos. O grupo autodenominou-se Alta Comandancia Militar para a Restauração do Orden, afirmando que o órgão assume o controle até nova ordem.
Quando e onde aconteceu? O golpe ocorreu nesta quarta-feira, em Bisáu, capital do país, onde também eram realizados o recuento de votos das eleições presidenciais. Disparos foram ouvidos nas proximidades do palácio presidencial e da sede da comissão eleitoral, segundo relatos vinculados ao ato militar.
Por quê? Os militares alegam necessidade de restauração da ordem após tensões pós-eleitorais. Embaló havia denunciado horas antes um suposto golpe por parte de setores do Exército e já havia indicado ter sido detido. A crise política de Guinea-Bisáu tem raízes em disputas eleitorais anteriores, quando embates entre o presidente e o judiciário, além de controvérsias sobre a legitimidade da Assembleia, contribuíram para a instabilidade.
Situação institucional e histórico recente
A CEDEAO observou as eleições de domingo e registrou votações com irregularidades mínimas. O pleito reuniu 12 candidatos, incluindo Embaló e o opositor Fernando Dias, que disputavam a vitória após a exclusão do líder histórico Domingos Simoes Pereira. Embaló chegou ao poder em 2020 em meio a confrontos com o judiciário e ao aceitação inicial de parte da comunidade internacional. A suspensão do Parlamento, após a eleição legislativa anterior, já havia alimentado tensões políticas no país.
